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Histórias da Bola
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Goleiros do FLA TRI

Nos tempos em que goleiro só usava a camisa 1, o Fla ‘trizou’ com quatro feras

Gustavo Mariani

25/09/2020 8h51

Atualizada 11/11/2020 16h19

Durante a campanha do tri carioca-1953/54/55, o Flamengo montado pelo presidente Gilberto Cardoso usou quatro goleiros: Garcia, Chamorro, Ari e Aníbal. Os dois primeiros eram gringos e os outros dois brasileiríssimos.

Garcia foi o primeiro usado pelo treinador e seu patrício paraguaio Fleitas Solich: 19 vezes durante o primeiro título, 27 no segundo e mais seis partidas da terceira temporada.

Nascido em, Puerto Pinasco, no 22 de agosto de 1924, Sinforiano Garcia chamou a atenção do Flamengo durante Brasil 1 x 2 Paraguai, no carioca estádio de São Januário, pelo Campeonato Sul-Americano-1949. Entre aquela temporada e a de 1958, totalizou 261 jogos rubro-negros, vencendo 157 vitórais, empatando 50 e ficando 54 vezes atrás no placar. Pela seleção paraguaia, foram 20 partidas, entre 1945 a 1949.

Com boa estatura para um goleiro da época -1m82cm – Garcia preocupou o investidor Flamengo, por conta de grave lesão, em uma das clavículas, sofrido durante o amistoso Fla 2 x 0
Remo, em 26 de abril daquele 1950-, em Belém do Pará. Mas os trabalhos do médico Paulo de São Tiago o recuperaram, inteiramente.

Enquanto o paraguaio Garcia era o dono da camisa 1, durante a campanha de 1953 (encerrada em janeiro de 1954), o argentino Chamorro foi quem mais a usou pela disputa começada em 1955 e encerrada em abril de 1956, totalizando 20 atuações (8 + 12).

Natural de Rosário, o goleirão Eusébio Chamorro nasceu em 22 de novembro de 1925, foi cria do Newells Old Boys-1943, tendo-o trocado, em 1951, pelo Boca Juniors. Cotado para a seleção argentina, embarcou na aventura na liga pirata da Colômbia, foi punido pela direção do futebol “hermano” e passou sete meses esperando por uma anistia que rolou em 1952.

Chamorro media 1m79cm e esteve flamenguista, entre 1953 a 1956, por 55 compromissos, com 32 vitórias, 12 empates e 11 derrotas.

Dos quatro “arqueiros”, como a imprensa cinquentista os chamavam, Ary era o mais baixo, medindo 1m73 cm, o que hoje seria inviável para a posição, pois os “caras da hora” beiram os dois metros de altura.

Quando era um peladeiro, em sua terra – Campos-RJ -, Ary jogava como centroavante. Mas gostavam de ir para o “arco”. E foi numa dessas que o árbitro Lino Machado o viu defendendo o Onze Cabuloso e o levou para o juvenil do Bonsucesso, em 1951. Sem demora, chegou ao time principal e, em 1955, ao Flamengo.

Registado por Ary de Oliveira (seu “y” era trocado pelo “ i”, pela imprensa), ele participou de três refregas da campanha de 1955, tendo sido, também, campeão na categoria aspirante.

Nascido carioca, em 27 de junho de 1932, Ari esteve rubro-negro, de 1955 a 1957, anotando 59 vitórias, 11 igualdades e 18 choros depois das partidas.

Assim como Ari, um outro centroavante peladeiro era o Aníbal Saraiva Júnior. Nascido carioca da Vila Isabel, defendia o Primor, do bairro de Ramos, em 1949, quando foi para o juvenil do Olaria. Em 1952, pegou a camisa de titular do time A. Em 1954, despertou as atenções flamenguista.

Aníbal, chegado ao planeta no 20 de outubro de 1932, tinha tudo para ser campeão como titular, em 1955. Mas uma contusão, durante treinamentos, lhe fez perder a vaga para Chamorro.

Entre 1955 a 1956, Aníbal disputou 23 partidas pelo time da Gávea, vencendo 16, empatando duas e perdendo cinco. Durante a campanha do tri, atuou em 11 jogos, todos em 1955, medindo 1m75cm de altura – também, dificilmente, jogaria hoje debaixo do arco.

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