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Histórias da Bola
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Cetale, zagueiro complicado

Arquivo Geral

31/10/2017 18h02

O Botafogo teve um zagueiro, entre o fim da década-1950 e inícios de 1960, que passava despercebido para a maioria dos torcedores. Chamava-se Cetale. Nascido em 23 de fevereiro de 1939, era filho de pai argentino e mãe uruguaia. Criado na Vila Anastácio, em São Paulo, seu início de carreira foi no infantil do Corinthians, na primeira metade da década de 1950. Media 1m81cm de altura, excelente para o futebol brasileiro da época.

Em 1956, Cetale treinou durante dois meses com o time do América-RJ e chegou a disputar um amistoso contra o Bonsucesso. Mas o Botafogo o levou.

Em 23 de junho de 1960, ele foi personagem de um caso curioso. Durante amistoso contra o Palmeiras, o zagueiro botafoguense Zé Maria foi expulso de campo, aos 22 minutos do primeiro tempo, por indisciplina, após gol palmeirense. Diante dos seus protestos, a partida ficou parada por alguns minutos. Reiniciada, Cetale saiu do banco dos reservas e nada informou ao mesário. O trio de arbitragem não se deu conta, até um dos bandeirinhas perceber que o Botafogo seguia com 11 atletas em campo, e avisou ao árbitro, Manuel Ramos.

Nova confusão foi armada, com os botafoguenses cercando o árbitro e, rapidamente, sendo acompanhados por integrantes da comissão técnica e até dirigentes. Cetale argumentava que o jogo era um amistoso, mas não convencia o juiz. Então, o Botafogo optou por retirar-se do gramado, levando seus jogadores para a beira do túnel, onde demoraram por 10 minutos, até os ânimos se acalmarem.

Em 1961, o técnico Marinho não relacionou Cetale para uma viagem do Botafogo, e o irritou. Com o contrato vencido no final daquele ano, ele parecia não ter mais espaço no clube, mesmo com o presidente declarando que estava preparando o seu novo contrato.

Em dezembro, circulou a notícia de que Cetale teria sido multado pelo Botafogo, sem citarem o motivo. O Botafogo logo desmentiu, explicando que não poderia multar um atleta sem contrato com o clube. Em maio, anboticia já era que Cetale seria contratado pelo Juventus, por quinhentos mil cruzeiros. Mas terminou indo para a Esportiva, de Guaratinguetá-SP. Em sua primeira partida pelo novo clube, foi citado pelo Tribunal de Justiça Desportiva da Federação Paulista de Futebol, devido às faltas cometidas. Mas foi absolvido.

GRANDE PROMESSA – Aos 19 de idade, Cetale estava no time de aspirantes alvinegros, bi carioca-1958/1959, ao lado de Amarildo e de Amoroso e excursionou com o grupo A, pela Europa, em junho de 1959, juntamente com Nílton Santos, Garrincha, Didi, Paulinho, Quarentinha e Zagalo, ente os cobrões.

Ainda jovem promessa, dizia-se que seu passe estaria estipulado em quatro milhões de cruzeiros, o terceiro maior valor entre os cinco jogadores tidos como possíveis transferidos à Espanha – Didi (15 milhões) e o goleiro Ernâni (cinco milhões) eram os mais caros.

Naquele 1959, o prestígio de Cetale o levou à seleção carioca de novos que enfrentou a paulista, no Maracanã, em 28 de abril. Curiosamente, Ademir da Guia, ainda jogador do Bangu, era reserva na seleção carioca. Ademri explodiu; Cetale implodiu.

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