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Futebol ETC
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Não é só futebol! É também uma selvageria estúpida entre os torcedores

O deprimente confronto entre brasileiros e argentinos, em Copacabana, pôs em risco a decisão da Libertadores entre Fluminense e Boca

Marcondes Brito

04/11/2023 6h46

Reprodução/Montagem

A Conmebol deve estar muito arrependida por escolher o Maracanã para a final da Copa Libertadores de 2023. Primeiro teve aquela ciumeira do Flamengo, que queria de todo jeito melar a festa protagonizada pelo Fluminense.

Por pouco a decisão da Liberta não foi transferida para o Mané Garrincha, em Brasília. Quando a Conmebol ameaçou tirar o jogo do Maracanã ela não estava blefando. Houve tratativas e negociações para mudar de verdade. O DF só foi descartado por causa do show da banda americana Red Hot Chilli Peppers.

Mas, enfim, superado esse problema burocrático, surgiu então o violento confronto entre as torcidas do Boca e do Fluminense na praia de Copacabana. Somente no final da tarde desta sexta-feira (3), o  presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, garantiu a presença de público no Maracanã. A ideia de jogar a decisão com portões fechados foi cogitada após as brigas entre brasileiros e argentinos.

Às pressas, houve uma reunião entre a Conmebol, a CBF, a AFA, representantes do governo do Rio, além de membros dos dois clubes finalistas para tratar das ocorrências e definir medidas para conter as confusões entre torcedores.

“Nós (CBF, AFA e Conmebol) cuidamos bastante do que é a final da competição. A preocupação maior foi com a segurança de todos, imprensa, torcedores, dirigentes e atletas. A reunião foi focada nesse tema principal para que possa ter a partida com público e isso vai acontecer. Vai ter público e a gente espera que esse problema seja sanado. Tanto o presidente do Fluminense, como o presidente do Boca Juniors, fizeram um vídeo solicitando aos seus torcedores tranquilidade, paz e disciplina”, disse o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, após a reunião.

Não é só futebol 

A rivalidade entre brasileiros e argentinos, por si só, já seria combustível suficiente para provocar algum conflito entre torcedores.

Essa rivalidade é alimentada em todos os torneios da América do Sul, quando vemos, de forma corriqueira, insultos racistas contra brasileiros.

A Conmebol também é culpada por isso. A entidade nunca puniu energicamente os agressores, passando um recado equivocado para todos. O torcedor entende que pode xingar que não vai acontecer nada.

Quando afirmamos que não é apenas futebol, não estamos falando apenas dessa rivalidade entre brasileiros e argentinos. 

O problema desses conflitos entre torcedores não está dentro do estádio, e sim fora. Na rua, no ponto de ônibus, no metrô, em todo lugar onde impera a intolerância, e a polícia já não consegue controlar a criminalidade desses vândalos. 

Em síntese, o problema não é a torcida, é o crime. Torcedores que se preocupam mais com a selvageria do que propriamente com o resultado do jogo do seu time dentro de campo, invariavelmente são criminosos e marginais. 

Eles são uma minoria, é verdade, mas comprometem a segurança desse espetáculo chamado futebol. As autoridades e a polícia conhecem os criminosos e sabem como eles agem, mas não tem coragem nem disposição para combate-los.

Em alguns Estados, como São Paulo, a solução mais fácil foi decretar a torcida única. Isso aí é outra estupidez, que acaba expondo a ineficiência e a inoperância do poder público.

Enquanto não houver punição a torcedores desse tipo, não será possível desfrutar do futebol. Só o futebol.

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