Enquanto a maioria da imprensa brasileira fazia as contas para saber quem seria o próximo presidente da CBF – numa hipotética eleição entre Reinaldo Bastos Carneiro, presidente da Federação Paulista, e Flávio Zveiter, advogado ex-presidente do STJD – a coluna Futebol Etc já antecipava que Ednaldo Rodrigues, o presidente deposto, estava prestes a voltar ao comando da entidade.
Tínhamos informações de fontes na cúpula da CBF e no próprio STF, e observamos que – na entrevista à Veja – Ednaldo apenas estava se “fingindo de morto”, quando disse que o seu tempo de disputas eleitorais já acabou.
O presidente destituído admitiu erros e prometeu corrigi-los, ao mesmo tempo em que contratou o ex-ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para defende-lo no STF. Contou também com o apoio de importantes políticos no Congresso Nacional para recuperar a presidência. Não deu outra.
No final da tarde desta quinta-feira (4), ministro do STF, Gilmar Mendes, relator do caso, devolveu o comando da CBF a Ednaldo, que, em 7 de dezembro, foi afastado do cargo por uma decisão do TJ-RJ.
A decisão de Gilmar foi tomada após a Advocacia-Geral da União (AGU) se manifestar na ação movida pelo PCdoB para devolver o mandato ao presidente deposto.
O parecer da AGU sugeriu que o ministro Gilmar Mendes concedesse uma liminar para suspender a decisão da Justiça do Rio de Janeiro que destituiu Ednaldo.
A AGU, assim como a Procuradoria Geral da República (PGR), reconheceu que foi arbitrária e equivocada a decisão do TJ-RJ para interferir no comando da CBF:
“Por conseguinte, diante do reestabelecimento dos efeitos do mencionado termo de ajustamento de conduta, opera-se a recondução de Ednaldo Rodrigues ao cargo de Presidente da Confederação Brasileira de Futebol”, determinou a AGU na manifestação de 13 páginas enviada a Gilmar.
Escapou por um triz
Termina hoje (5) o prazo para a inscrição dos países que vão disputar o torneio Pré-Olímpico, e a Fifa não aceita que ela seja feita por interventores. Até então, com a saída de Ednaldo Rodrigues, a CBF era comandada pelo interventor José Perdiz.
O documento assinado pelo interino Perdiz não foi sequer levado em consideração. Agora, com a decisão do STF de reconduzir a antiga diretoria, o presidente Ednaldo Rodrigues vai assinar o documento às pressas, a fim de garantir que o time de Endrick & Cia busque uma vaga nos Jogos de Paris, quando o Brasil lutará por mais um ouro olímpico no futebol masculino.
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