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Do Alto da Torre
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Identidade entre mega-rivais

Dizia Reguffe que, como fez Lula em suas campanhas, Jair Bolsonaro apostou todo o tempo em um núcleo duro de seguidores fieis

Eduardo Brito

03/03/2023 5h00

Atualizada 02/03/2023 18h37

Foto: Banco de imagens

Em termos da grande estratégia eleitoral, nada mais parecido com Jair Bolsonaro do que Luiz Inácio Lula da Silva. Essa constatação foi feita tempos atrás por um expert, teórico e prático, da política brasileira, o então senador José Antonio Reguffe, do Distrito Federal.

E foi inteiramente confirmada pelo desempenho de cada um nas eleições presidenciais do ano passado. Dizia Reguffe que, como fez Lula em suas campanhas presidenciais, Jair Bolsonaro apostou todo o tempo em um núcleo duro de seguidores fieis, mesmo que representassem 30% do eleitorado ou até menos do que isso.

Acreditava que seriam suficientes para colocá-lo no segundo turno e os apoios restantes, que viriam durante a campanha, chegariam a tempo de lhe dar a vitória. É, segundo Reguffe, o mesmo que fez Lula em outras campanhas – e repetiu no ano passado.

Durante todo tempo, Lula falou principalmente para convertidos. Especialistas diziam que não havia “a menor necessidade de cortejar a turma do ‘todes’ porque já votariam seguramente nele. No entanto, foi o que Lula fez, garantindo o seu terço religioso de votos.

Mais tarde, até cultivou forças de fora, mas apenas falando em democracia, sem jamais se comprometer com uma agenda de frente político-partidária. Ganhou pela gravidade. Fica a observação de que, para isso, é necessária a polarização que se solidificou nos últimos anos. Mas para isso, tanto Lula contava com Bolsonaro como Bolsonaro contava com Lula.

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