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Do Alto da Torre
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Debate de mídia complica caso da Dama do Tráfico

As visitas da dama Luciane Barbosa Farias foram confirmadas, inclusive com fotografias, causaram danos ao governo, mas tudo poderia ter ficado por aí

Eduardo Brito

22/11/2023 21h19

Reprodução

Está se complicando cada vez mais o caso da Dama do Tráfico, a mulher do chefão do Comando Vermelho no Amazonas que foi recebida por dois secretários do ministro da Justiça, Flávio Dino, e ainda por cima teve passagens para Brasília pagas pelo Ministério dos Direitos Humanos, do advogado Sílvio Almeida.

As visitas da dama Luciane Barbosa Farias foram confirmadas, inclusive com fotografias, causaram danos ao governo, mas tudo poderia ter ficado por aí. Só que a reação de caciques do PT, inclusive sua presidente Gleisi Hoffmann, acabou por desencadear outro debate: o dos chamados blogs sujos, financiados por dinheiro do partido. A reação ao escândalo da Dama do Tráfico começou por um desses blogs e foi endossada por Gleisi e outros deputados. Pior, fulanizou-se a coisa, com críticas pessoais à diretora da sucursal de O Estado de S. Paulo.

Como resultado o foco passou para os serviços prestados pelos blogs sujos. A senadora brasiliense Damares Alves resumiu nesta quarta-feira, 22: “Já comprei minha pipoca, vou assistir esta confusão de camarote! É fogo no parquinho”, disse ela.

É fogo mesmo. Não apenas todas as principais mídias se uniram como as entidades representativas, caso entre outras da Associação Nacional de Jornais. Passou-se assim a expor os blogs sujos, um depois do outro. Pior, é possível que sejam processados judicialmente, o que acabará por expor os esquemas que financiam esses blogs.

Sites e influenciadores governistas

Quem tocou fogo no parquinho, na verdade, foi a Associação Nacional de Jornais, ao apontar o que chamou de “prática característica de regimes autocráticos”.

Essa prática seria, segundo a ANJ, “com o apoio de dirigentes políticos, sites e influenciadores governistas, tentar desviar o foco de reportagens incômodas por meio de ataques contra quem as apura e divulga”.

O problema está nisso, a exposição dos tais sites e influenciadores, conhecidos na mídia como blogs sujos. Segundo a Associação, “o uso de métodos de intimidação contra veículos e jornalistas não se coaduna com valores democráticos e demonstra um flagrante desrespeito à liberdade de imprensa”.

E, além do mais, a ANJ faz uma comparação dos blogs sujos com o chamado “gabinete do ódio” bolsonarista, por usar de métodos de violência “contra jornalistas mulheres já empregados no passado recente”.

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