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Concursando Direito
Concursando Direito

Inconsequência ou Desespero Institucional

Qual o motivo para que em meio ao pior momento da Pandemia do Coronavírus existam tantos concursos públicos abertos?

Werner Rech

16/03/2021 17h50

Médica de braços cruzados

Estamos passando pelo pior momento, até então, da Pandemia do Coronavírus (SARS-Cov-2). Ainda assim, pelo que consta, existem 150 concursos abertos atualmente, em todo o Brasil.

Além disso, tivemos alguns fracassos nos últimos dias nas aplicações de provas. Num primeiro momento houve o cancelamento da prova da Polícia Civil do Estado do Paraná – PCPR. Faltava apenas algumas horas para o início das provas quando a banca organizadora (UFPR) entendeu por bem cancelar a aplicação naquela data, por falta de segurança sanitária.

Outro exemplo de fracasso foi a aplicação da prova da Polícia Militar do Estado do Pará – PMPA. Ainda não há nenhuma evidência de contaminação em massa, mas os locais de provas estavam lotados. Esses foram apenas alguns dos pequenos desastres.

Bons exemplos (na medida do possível)

Lembremos que instituições como a Defensoria Pública do Distrito Federal e a Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro, adiaram a aplicação da prova logo após o fim do prazo para inscrições. Em ambas paira a dúvida sobre uma possível reabertura do prazo para inscrições ou mesmo devolução da taxa de inscrição.

Não acredito que seja inconsequência dos gestores. Por isso, entendo que seja mais por desespero institucional. Nessa lógica, seria possível inferir que os órgãos estão muito necessitados, por isso estão enfrentando condições adversas, para conseguir dar andamento aos concursos públicos. Essa, inclusive, foi a justificativa dada pelo Defensor Pública-Geral do Estado do Rio de Janeiro, em seu perfil na rede social Twitter:

Incertezas

Como falei antes, os adiamentos e suspensões das provas acabam gerando algumas incertezas. Embora, algumas sejam adiadas já com o anúncio da nova data, outras tem datas indefinidas.

Isso, faz com que o cenário do novo momento de aplicação possa conflitar com outros concursos, ou mesmo com compromissos previamente agendados pelos candidatos. Logo, em qualquer hipótese de alteração de data após o encerramento das inscrições deveria ser praxe possibilitar aos inscritos o cancelamento da inscrição.

Embora exista uma tendência de imputar má-fé às instituições, é importante termos em mente que todos estão se desdobrando para manter a máquina pública funcionando. O que não podemos ter agora é desastres na aplicação de provas como foi o caso do candidato que contraiu COVID19 durante sua viagem à uma prova e acabou falecendo (meus sentimentos à família).

Onde deve ser o foco

O que não pode escapar de nossa atenção é que as provas de concursos são importantes. Se eu ainda estivesse fazendo provas ficaria extremamente frustrado com os acontecimentos. Contudo, essa doença é traiçoeira. Pessoas que acreditam estar fora do grupo de risco também morrem. Obviamente que as exceções servem para confirmar a regra, mas eu não gostaria de estar brincando com a minha vida por conta de uma prova.

Tirando alguns episódios desastrosos já citados, vejo a preocupação dos gestores com a necessidade de realização das provas, bem como cautela e busca por formas ou momentos mais seguros para a aplicação. Espero que as pessoas que estão se preparando para os concursos públicos tenham consciência de que a roleta-russa do COVID19 não é uma boa solução.

Mesmo depois de ver meu raciocínio sobre o assunto e ainda acreditar que existe má-fé ou que nada vai acontecer com você, sugiro que dê uma olhada nas estatísticas do Ministério da Saúde e imagina-se como um número naquela tela. Eu não consigo ver uma boa relação risco-retorno nessa equação.

O foco agora, na minha opinião, é manter a disciplina nesses tempos difíceis. As provas vão voltar em breve. Esteja preparado para ser um dos primeiros aprovados quanto as provas retornarem.  

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