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Concursando Direito
Concursando Direito

A surpreendente nomeação do penúltimo colocado

Werner Rech

29/06/2021 12h04

Atualizada 02/07/2021 0h47

Tenho recebido muitas perguntas sobre a segunda fase dos concursos públicos. Em especial tenho notado muitas pessoas se questionando se devem fazer ou não a segunda fase do concurso da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro – DPE/RJ. Logo, vou abordar esse assunto de forma genérica para que seja aplicado para qualquer fase posterior em qualquer concurso, independentemente do número de fases.

A preocupação gira em torno da competitividade dos candidatos que estão classificados para a segunda etapa do certame, mas estão muito fora das vagas. Significa dizer pessoas que estão mais de 40 posições fora das vagas disponíveis.

O preço da oportunidade

Claro que resta evidente, ao meu ver, que os recursos para se deslocar novamente para a cidade da prova são escassos e muitos não querem “gastar à toa”. O que é curioso nessa situação é que, essas mesmas pessoas, fizeram uma aposta mais incerta indo prestar a primeira fase do mesmo certame. Agora que estão mais perto de uma aprovação, acham que não vale a pena gastar para ir novamente à cidade onde as provas serão realizadas. Na minha lógica é hora de dobrar a aposta.

Outro ponto que eu vejo sobre esse assunto é a experiência que pode ser desperdiçada caso você não vá fazer a segunda etapa. Muitos candidatos demoram anos (isso mesmo, anos) para avançar num concurso público. Ao que parece, as pessoas que estão em dúvida, sobre fazer ou não a segunda fase, chegaram muito rápido nesse momento da carreira concurseira. Talvez pensem que é normal ser aprovado na primeira etapa. No entanto, estão ignorando que os concursos públicos não são lineares ainda mais quando estamos falando dos tempos pandêmicos que estamos passando. Já fiz um vídeo sobre isso no Canal Defesolândia:

A humildade passou longe

Sua aprovação na primeira fase de um concurso não é sinal de que nunca mais será reprovado nessa etapa. Pelo contrário. Escrevo isso por experiência própria. Já pensei assim um dia. Houve um momento em minha preparação em que passei em 4 etapas objetivas seguidas. Quando fui fazer a quinta prova fui muito mal (como se nunca tivesse estudado). Isso me mostrou que não podemos desperdiçar oportunidades ou sermos inebriados pela soberba.

Isso me lembra do básico. A humildade é uma virtude que deve ser exercitada na vida concurseira. Deixar de fazer uma fase discursiva é muita falta de humildade perante a aleatoriedade que é o universo. Só por ter começado “mal” você vai abrir mão de melhorar? Outra vez vejo algo que foge à minha lógica. A única coisa que deve ser inegociável é a sua resiliência nos estudos e na capacidade de se apresentar para o “jogo”. Se quiser saber quando você será aprovado leia esse texto: Um dia a aprovação chega.

Como é a nota final

Você não deve esquecer que a nota dos aprovados é composta por todas as etapas e um escorregão pode ser compensado com um belo sorriso da Dona Sorte. Esse sorriso pode ser um dia inspirado na segunda etapa ou mesmo uma questão discursiva que você já se deparou. O certo é que sem dar chance para a fortuna a reprovação é certa.

Para ilustrar isso, ouvi o relato de um candidato que foi aprovado na primeira fase do concurso em penúltimo lugar. No entanto, ao longo das outras etapas foi vendo sua posição melhorando. Numa etapa foi uma nota muito boa, noutra foram alguns candidatos melhor posicionados que deixaram de comparecer, ou não obtiveram nota mínima na respectiva etapa. No final, hoje ele está há mais de 10 anos exercendo a profissão que alguns teriam desistido de fazer a segunda etapa. O mais engraçado disso é que o salário é o mesmo do primeiro colacado. (baseado em fatos reais)

Tudo isso para te dizer: só acaba quando termina. Enquanto você está no certame, você tem chances e isso é motivo suficiente para se apresentar em todas as etapas que lograr aprovação. Seja pela experiência em si, ou por esperança daquele ser o seu último concurso público rumo à aprovação.

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