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Ciência da Psicologia
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Atenção e seus conceitos

Diversos concursos e seleções de candidatos para inúmeras áreas utilizam-se de testes de atenção, na intenção de aprovar os melhores candidatos com o melhor processo atencional. Entretanto, há mais informações a serem consideradas

Demerval Bruzzi (CRP 01/21380)

16/05/2023 11h17

Foto: Pexels

De acordo com Stemberg (2010), atenção é basicamente seleção, ou seja, é a seleção que nos protege de termos nossa mente inundada de informações para que tenhamos uma performance eficiente.

Hoje, na psicologia, entendemos que a mente humana tem um poder limitado de processar, ou melhor, trabalhar com informações das mais diversas fontes. Um indivíduo comum é exposto a milhares de dados todos os dias, e o acesso a eles pode trazer consequências desagradáveis, como, por exemplo, termos afetada nossa tomada de decisões.

Para evitar este e outros problemas mais graves, necessitamos de mecanismos de seleção de informações, isto é, mecanismos atencionais.

Autores como Schiffrin e Schneider (1977) em seus estudos da atenção no contexto da percepção chegaram a conclusão de que existem dois modos de seleção, o automático e o controlado. E neste sentido, é interessante abrir um parêntese para explicar ao amigo leitor quer a maior parte de nossa vida “roda” no automático. Como exemplo, em minhas aulas, sempre gosto de citar o ato de dirigir um carro. Creio que podemos facilmente afirmar que mais de 80% de nosso tempo atrás do volante é de decisões que tomamos de maneira automática.

Ainda a respeito da atenção, sabemos atualmente que o controle inibitório, uma das funções executivas nucleares, esta no cerne dos processos atencionais controlados. Isto quer dizer que o controle inibitório é o elemento responsável para que possamos inibir, alternar, ou mesmo escolher entre os estímulos que devemos nos concentrar em determinada tarefa.

No campo da avaliação psicológica (minha especialidade), diversos aspectos da atenção são comumente abordados, mesmo com a falta de consenso entre as diversas classificações da atenção já propostas até os dias atuais.

Por exemplo, Rueda e Monteiro (2013) apontam que os conceitos mais utilizados são das atenções sustentada, alternada e dividida.

Como atenção sustentada, podemos pensar em nossa capacidade de manter o foco atencional em determinado estímulo durante um período de tempo; a atenção alternada consiste em alternar o foco atencional entre dois ou mais estímulos; por fim, a atenção dividida é o poder de dividir o foco atencional entre dois ou mais estímulos e/ou atividades simultâneas.

Mas atenção: isso não significa que somos biologicamente capazes de fazer duas coisas ao mesmo tempo.

Atualmente, na maioria das vezes, trabalhamos com os nomes de atenção concentrada, atenção dividida e atenção alternada.

Diversos concursos e seleções de candidatos para inúmeras áreas utilizam-se de testes de atenção, na intenção de aprovar os melhores candidatos com o melhor processo atencional. Entretanto, não se considera o critério de frequência e intensidade dos fenômenos, além da questão emocional, o que, de acordo com Miotto e Scaff, afeta principalmente os processos atencionais.

O fato é que prestamos pouca atenção ao processo atencional.

Ei, psiu… está prestando atenção?

Até a próxima…

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