Na segunda-feira (29), o economista e ex-Ministro da Fazenda Pedro Malan esteve presente no programa da TV Cultura “Roda Viva”, onde, na ocasião, se solidarizou em relação às agressões verbais sofridas pela jornalista Vera Magalhães, no último debate com os candidatos à Presidência da República, transmitido no domingo (28), na TV Bandeirantes.
Na ocasião do debate, o presidente Jair Bolsonaro (PL), também candidato à reeleição, se irritou com a jornalista, após Vera fazer uma pergunta sobre a queda da cobertura vacinal no Brasil. “Eu não podia esperar outra coisa de você. Eu acho que você dorme pensando em mim, tem alguma paixão por mim. Você não pode tomar partido num debate como esse, fazer acusações mentirosas a meu respeito. Você é uma vergonha pro jornalismo brasileiro”, declarou.
Pedro Malan aproveitou a ocasião de estar no programa apresentado pela jornalista e declarou seu apoio não só à Magalhães, mas a todas as mulheres jornalistas do país.
“Eu, antes de mais nada, vou pedir licença, Vera, para prestar minha solidariedade a você pela insólita agressão que você foi vítima ontem (28/08), por ocasião do debate dos candidatos à presidência. O tema me é caro porque eu vi lá que uma pergunta foi feita pela Patrícia Campos Mello, que também foi vítima de uma agressão, me lembrei da Miriam Leitão, que também foi, e me lembro com duas coisas: primeiro, que minha filha é jornalista, também é uma jornalista de televisão, minha mulher Catarina também foi jornalista, e eu tenho uma profunda admiração pelo papel que as mulheres jornalistas, que estão dominando o pedaço hoje, na mídia escrita e na mídia televisiva, vêm desempenhando nesses tempos difíceis que nós estamos atravessando”, disse o ex-ministro.
Em defesa de Magalhães, a candidata Soraya Thronicke, da União Brasil, afirmou durante o debate que não aceita esse tipo de comportamento e xingamento por parte de Bolsonaro. “Quando homens são ‘tchutchucas’ com outros homens, mas vêm pra cima da gente sendo ‘tigrão’, eu fico extremamente incomodada, aí eu fico brava sim. E digo mais pra você: lá no meu estado, tem mulher que vira onça, eu sou uma delas. Eu não aceito esse tipo de comportamento e de xingamento e, acima de tudo, disseminar ódio entre os brasileiros e nos dividir”.
Outra mulher a se posicionar no debate em relação ao candidato à reeleição foi Simone Tebet, candidata do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), que relembrou momentos em que foi tratada com violência por ministros, durante CPI. “Então eu quero dizer para o Presidente da República, nem é pro candidato, que fabrica ‘fake news’ e fala inverdades: eu não tenho medo de você e nem dos seus ministros. Recebi violência política na CPI, fui chamada de descontrolada, um outro ‘de dedo’ me ameaçando porque queria me impedir de falar e participar da CPI da vida, e, pior que isso, um ministro seu tentou me intimidar entrando no Supremo Tribunal Federal porque eu denunciei um esquema de corrupção da vacina de Vossa Excelência não quis comprar”, finalizou.