Menu
Professor M.

Serviçolização, “A” Megatendência socioeconômica

Se existe “A” Megatendência socioeconômica que está mudando nosso dia a dia, ela se chama Serviçolização, e veio para se propagar.

Prof. Manfrim

16/02/2020 22h28

 

Comumente são apresentadas diversas megatendências por vários pensadores, pesquisadores, cientistas, organizações e institutos, sempre nos provocando a pensar nas mudanças no futuro em nosso dia a dia, pessoal, profissional e organizacional.

Uma megatendência que se apresenta importante na perspectiva de mudanças profundas eu denomino de ‘serviçolização’, uma abordagem ampla sobre alterações de comportamento das pessoas e das organizações.

A Serviçolização é a junção, união e convergência de seis megatendências, amplamente propagadas e algumas já consolidadas social e economicamente, por isso a chamo de “A” Megatendência, na intenção superlativa.

Serviçolização

O pensamento proposital é de uma visão sistêmica mais ampla, abrangente e inclusiva, de movimentos, tendências e comportamentos convergentes, agregadores e complementares, surgindo um novo ponto de vista, um novo conceito: serviçolização.

Vejamos com mais detalhes os seis elementos da serviçolização:

1 – Desindustrialização

A Desindustrialização é um processo de mudança social e econômica causada pela eliminação ou redução da produção industrial, especialmente a indústria pesada ou a indústria de transformação. É um termo antagônico a industrialização.

A passagem da indústria para o setor de serviços é também o que chamamos de desindustrialização, a migração de processos produtivos de bens para a produção de serviços.

O setor industrial ainda é e será um ator importante na economia global contudo, a relação econômica que conhecemos hoje será alterada profundamente e se limitará a bens de produção e transformação mais específicos.

2 – Autoprodução

A autoprodução está ligada à produção de bens e serviços para o próprio consumo, à produção para si mesmo, sem intervenção de fatores externos. Segundo o dicionário Michaelis, é a produção (mercadorias ou serviços) destinada ao consumo próprio.

As impressoras 3D produzirão uma mudança exponencial na capacidade de autoprodução das pessoas, potencializarão a produção para o próprio consumo, bem como para a comercialização em escala menor que uma indústria tradicional.

A popularização, por meio da redução dos custos, tornará as impressoras 3D mais acessíveis e populares nos lares das pessoas e nos ambientes de pequenas e médias organizações, democratizando o processo produtivo de bens e serviços.

O modelo produtivo e logístico que conhecemos hoje será transformado drasticamente nos próximos anos com as impressoras 3D domésticas e semi-industriais, será um processo produtivo popularizado e socializado.

Mesmo as indústrias cederão às impressoras 3D, objetivando a descentralização da manufatura, redução dos custos com logística, aproximação com os consumidores e personalização dos produtos aos clientes.

3 – Transformação de bens em serviços

Um dos elementos contributivos à desindustrialização é a mudança de comportamento das pessoas em relação a aquisição de bens de consumo: a migração para a ‘utilização’ dos bens como serviço contrário à ‘aquisição’.

Ao invés das pessoas adquirirem bens (coisas) elas as possuem em forma de serviços temporariamente, por meio de aluguel, arrendamento, locação, cessão provisória, empréstimo, consumo ou utilização por tempo determinado.

Temos como exemplos os serviços de transporte e locomoção (automóvel, motocicletas, bicicletas, patinetes, etc.), serviços de hospedagem (casa, edifício, apartamento, etc.), serviços de saúde (máquinas, equipamentos, etc.), entre outros.

4 – Transformação de serviço em aplicativo

Comumente conhecida como ‘Uberização’, por referência ao Uber, a empresa multinacional americana, prestadora de serviços eletrônicos na área do transporte privado urbano, através de um aplicativo que permite a busca por motoristas baseada na localização, em inglês e-hailing, oferecendo um serviço semelhante ao tradicional táxi.

E-hailing, é o ato de solicitar um serviço de transporte privado por meio de um aparelho mobile (celular, smartphone, etc.) utilizando um APP – ‘application’, do inglês.

Dessa forma, a integração, migração ou criação de um serviço para o mundo mobile por meio de um aplicativo é o conceito de ‘transformação de serviço em aplicativo’, mais amplo que o conceito popular de Uberização.

Atualmente essa transformação alcançou diversos setores da economia, como por exemplo serviços para casa (limpeza, reparos, jardinagem, etc.), serviços delivery (entregas em geral, alimentação, bebidas, etc.), serviços de reparos (eletrônicos, carros, roupas, joias, etc.), serviços de hospedagem (casa, edifícios, hotel, etc.), serviços financeiros (seguros, previdência, investimentos, etc.) e serviços de entretenimentos (filmes, jogos, etc.).

5 – Não posse de bens

A partir do momento em que bens são transformados em serviços, em que a posse pelas pessoas deixa de ter o valor tradicional e historicamente cultural, a ‘não posse’ se transforma e uma realidade socioeconômica.

A posse, a detenção e a propriedade de um bem têm deixado de ser o desejo de muitas pessoas atualmente, tendo como opção a propriedade provisória ou o uso temporário de algo ou alguma coisa. É o acesso à utilização de bens ao invés de compra-los para si ou outrem.

Nesse sentido, temos os serviços de posse, detenção ou propriedade provisória de veículos, máquinas, equipamentos, imóveis, vestuário, calçados, brinquedos, entre outros.

6 – Economia compartilhada

A ‘não posse’ de bens trouxe consigo o movimento chamado de Economia Compartilhada, que se trata de dividir, compartilhar e emprestar um bem ao invés de adquirir e acumular. É um modelo alternativo de consumo onde a partilha é o fundamento e concepção.

É um movimento de mudança de comportamento e nova forma de consumo, em que as pessoas preferem alugar, tomar emprestado ou compartilhar, ao invés de comprar e adquirir algo.

 

Vale a pena revisitar o artigo ‘Singularidade Econômica: humano x máquina’, onde falamos da relação entre a tecnologia e os seres humanos, como ingrediente complementar reflexivo à abordagem desse artigo.

 

A historiadora e professora da Universidade de Harvard, Jill Lepore, resumiu bem os últimos movimentos socioeconômicos da humanidade: “O século 18 abraçou a ideia do progresso; o século 19, da evolução; o século 20, do crescimento e da inovação. Nossa era atual, do século 21, é da disrupção”.

Definitivamente, nessa disrupção, tudo será serviço: de empréstimo, de compartilhamento, de produção, de cocriação, de utilização, de consumo, de posse, e muito mais.

Isso é Serviçolização!

50 —————————————————————————————————————

Prof. Manfrim, L. R.

Compulsivo em Administração (Bacharel). Obcecado em Gestão de Negócios (Especialização). Fanático em Gestão Estratégica (Mestrado). Consultor pertinente, Professor apaixonado, Inovador resiliente e Empreendedor maker.

Explorador de skills em Gestão de Projetos, Pessoas e Educacional, Marketing, Visão Sistêmica, Holística e Conectiva, Inteligência Competitiva, Design de Negócios, Criatividade, Inovação e Empreendedorismo.

Navegador atual nos mares do Banco do Brasil, UDF/Cruzeiro do Sul e Jornal de Brasília. Já cruzou os oceanos do IMESB-SP, Nossa Caixa Nosso Banco (NCNB) e Cia Paulista de Força e Luz (CPFL).

Freelance em atividades com a Microlins SP, Sebrae DF e GDF – Governo do Distrito Federal.

Contato para palestras, conferências, eventos, mentorias e avaliação de pitchs: [email protected].

? Linkedin – Prof. Manfrim

? Currículo Lattes – Prof. Manfrim

_____________________________________________________________________________

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado