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Do Alto da Torre
Do Alto da Torre

Izalci luta para manter candidatura

Segundo o Cidadania, estatutariamente uma reunião formal da federação precisa ser convocada com sete dias de antecedência, o que não ocorreu

Eduardo Brito

07/07/2022 5h00

Atualizada 06/07/2022 23h54

O senador brasiliense Izalci Lucas está pronto para o combate e deverá negar qualquer possibilidade de desistir de sua candidatura a governador. Ele assumiu essa posição em um almoço com companheiros de bancada no gabinete do também senador Tasso Jereissati e, mais tarde, em encontro com o comando nacional do seu PSDB. A ideia é receber apoio em reunião da executiva nacional da federação PSDB-Cidadania. Nesse caso, o placar pesa a seu favor: os tucanos contam com 15 votos, aí incluído o próprio Izalci como líder de bancada, contra apenas quatro do Cidadania. O problema está em que o Cidadania nega que esteja prevista qualquer reunião para esta quinta-feira, 7, como garante Izalci. Segundo o Cidadania, estatutariamente uma reunião formal da federação precisa ser convocada com sete dias de antecedência, o que não ocorreu.

Dança de cadeiras

Dentro do Cidadania cresce a ideia de orientar as negociações com Izalci em outro sentido. Como tem maior força eleitoral no Distrito Federal – argumento maior para garantir liberdade de ação à sua presidente regional Paula Santana – o Cidadania se proporia a turbinar a chapa de deputados federais. Poderia, por exemplo, lançar nomes fortes como o ex-senador Cristovam Buarque. Isso abriria chances de garantir a eleição de dois deputados federais, o próprio Cristovam e o candidato mais cotado do PSDB, o filho do senador, Sérgio, que concorre com o nome eleitoral Sérgio Izalci. Por essa tese, os tucanos estariam trocando candidatura a governador que está mal das pernas por eleição provável de um deputado federal. Mesmo assim, a convicção interna do partido é a de que o resistirá, confiante em que o PSDB não lhe negaria apoio e a cúpula nacional do Cidadania evitaria o choque. Isso conta a favor de Izalci, mesmo estando politicamente isolado na capital. De todo jeito, as negociações continuam em curso e um acordo ainda é tentado.

Cristovam troca o “não” pelo “talvez”

Após seguidos encontros com militantes do Cidadania, seu partido, o ex-governador e ex-senador Cristovam Buarque admitiu pensar na possibilidade de concorrer a deputado federal. “Decidi tempos atrás que não seria mais candidato e ainda não vejo razão para mudar de posição, mas confesso que após essas conversas já estou um pouco no talvez”, admite. Para ele, dois argumentos pesam nesse sentido. Primeiro, disseram-lhe que há um grupo grande no Cidadania que apoiará Lula para a presidência, e esse grupo já é majoritário em oito estados. Cristovam defende voto em Lula já no primeiro turno e acha, que nessas novas condições, “já não estaria destoando”. O segundo argumento é a aprovação da PEC Kamikaze, a da gastança pré-eleitoral. “Estão me dizendo que, diante de decisões como as que estão sendo tomadas, cada voto no parlamento se torna ainda mais importante”, relata o ex-senador. Afinal de contas, as principais garantias de estabilidade eram a PEC do Teto de Gastos e a Reforma Trabalhista, ambas aprovadas com o voto de Cristovam, que lamenta: “a PEC do Teto foi rasgada pelo PT e por Bolsonaro, juntos”. De todo jeito, Cristovam ainda não está convencido. Admite, porém, que evoluiu do “não” terminativo que adotara.

Nada de happening

O PT desistiu de formalizar a candidatura presidencial de Lula durante um happening nacional que ocorreria em Brasília, possivelmente em 20 de julho. A ratificação da chapa Lula-Alckmin agora será feita durante a convenção – exigida pela lei eleitoral – da federação PT-PCdoB-PV, no dia 21. A ideia de lançar a candidatura em um encontro nacional com a presença prevista de 800 delegados tinha o objetivo de criar um clima de consagração da dobradinha com o ex-governador Geraldo Alckmin, então sob críticas de correntes mais à esquerda do partido. Agora, teme-se justamente o contrário: que se crie um clima de performance que permita uma farra de propostas heterodoxas por parte de alas minoritárias.

Paulo Octávio fala em eleger cinco distritais

Presidente regional do PSD, o empresário Paulo Octávio, reuniu os pré-candidatos a distrital do partido. Os 36 presentes tiveram a oportunidade de apresentar seus projetos para as eleições, caso passem na convenção regional, prevista para o dia 30. São só 25 vagas por legenda. Candidato a deputado federal e presidente do PSD Jovem, André Octávio Kubitschek também participou. Cada um dos pré-candidatos teve dois minutos para falar, começando pelas mulheres presentes. Nas regras atuais, elas terão de ocupar 30% das vagas da nominata para distritais, ou seja, o partido terá, pelo menos, oito candidatas. Para o presidente do PSD brasiliense, o encontro alinhou estratégias importantes para as eleições deste ano. “No DF, temos nomes importantes que devem disputar a reeleição, como o Jorge (Viana), o Robério (Negreiros) e o Cláudio (Abrantes), mas nosso debate mostrou que temos muitos outros pré-candidatos com propostas firmes, que podem também se habilitar a uma cadeira no parlamento local. Minha expectativa é otimista e creio que podemos ter até cinco deputados distritais eleitos este ano”, comentou Paulo Octávio.

Dobradinha

O distrital Reginaldo Veras participa nesta quinta-feira, 7, do lançamento da candidatura do ex-coordenador da regional de Ensino de Ceilândia, professor Marcos Antônio, à Câmara Legislativa. Ele deverá fazer dobradinha com Veras, que tenta obter uma vaga de deputado federal e espera ver o professor em sua cadeira.

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