O ministro libanês do Interior, Bassam Mawlawi, pediu nesta sexta-feira (24) que as forças de segurança bloqueiem a realização de atividades da comunidade LGBT, um grupo há muito tempo discriminado neste país onde a homossexualidade é criminalizada.
Em uma nota dirigida às forças de segurança interior, Mawlawi pede que “tomem imediatamente as medidas necessárias para impedir qualquer celebração, reunião ou concentração”.
A ordem do ministro ocorre “depois da multiplicação de chamados nas redes sociais para organizar festas e celebrações para promover a homossexualidade no Líbano, e após os comentários dos religiosos rejeitando a propagação desse fenômeno”.
No texto, o ministro afirma que “a liberdade individual não pode ser invocada, que este fenômeno é contrário aos usos e costumes da sociedade e contradiz os princípios das religiões celestes”.
Essa decisão gerou indignação nas redes sociais. “O que o ministro chama de promoção da homossexualidade é na realidade uma defesa dos direitos dos homossexuais”, escreveu o advogado Nizar Saghieh.
“O que (o ministro) chama de tradições e princípios das religiões celestes são os preconceitos herdados que reprimem os direitos de milhares de cidadãos”, acrescentou.
Embora o Líbano seja considerado mais tolerante em relação à comunidade LGBT do que outros países árabes, nos últimos anos anulou diversas vezes atividades dessa comunidade, devido a pressão das autoridades religiosas.
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