Joana Cunha
São Paulo, SP
A Abradin (Associação Brasileira de Investidores) entrou com uma ação civil pública questionando a privatização da Eletrobras na quinta (9).
A entidade pede de tutela de urgência para determinar a suspensão de todas as medidas de prosseguimento do processo de reorganização societária e privatização da companhia.
Entre outros argumentos, a associação alega que não foram contratados estudos técnicos independentes para a avaliação da Itaipu e da Eletronuclear.
A Abradin defende que houve uma subavaliação da hidrelétrica, que seria transferida pelo valor de R$ 1,2 bilhão.
“Conforme consta do seu site, no balanço patrimonial de 2019 Itaipu totalizava um ativo imobilizado e intangível de US$ 17,6 bilhões”, diz a associação no processo.
A ação civil pública não tem a finalidade de tentar barrar a privatização, segundo Aurélio Valporto, presidente da Abradin.
“O objetivo é impedir a fraude contra os acionistas minoritários, que é essa doação de Itaipu e Eletronuclear para uma nova empresa, a nova estatal criada pelo governo federal, a ENBPar. Elas estão sendo extirpadas da Eletrobras com uma compensação irrisória, sem avaliação independente”, diz Valporto.
Ele afirma que a fórmula prejudica a credibilidade do mercado de capitais brasileiro e afasta investidores.