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Rússia mantém ofensiva no leste da Ucrânia

“Estamos ansiosos por essa nova e importante ajuda. Ela é necessária agora mais do que nunca”, escreveu Zelensky no Twitter

Redação Jornal de Brasília

21/05/2022 18h56

Foto: Divulgação / AFP

A Rússia prosseguiu com sua ofensiva no leste da Ucrânia neste sábado (21) e afirmou ter bombardeado um carregamento de armas ocidentais no noroeste, em uma guerra que, segundo o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, ainda reserva episódios “sangrentos” e só poderá ser resolvida por vias diplomáticas.

Em todo caso, a Ucrânia terá meios para resistir, depois que o presidente americano, Joe Biden, sancionou uma ajuda de US$ 40 bilhões para a ex-república soviética, invadida por tropas russas em 24 de fevereiro.

“Estamos ansiosos por essa nova e importante ajuda. Ela é necessária agora mais do que nunca”, escreveu Zelensky no Twitter.

A ajuda dos Estados Unidos se soma à da União Europeia e do G7, o grupo dos países mais industrializados do planeta, que na sexta-feira prometeu US$ 19,8 bilhões para manter de pé as finanças do país.

A ajuda militar, no entanto, enfrenta o desafio de ser encaminhada para as linhas de frente.

O Ministério da Defesa russo afirmou ter destruído “um grande carregamento de armas e equipamentos militares fornecidos por Estados Unidos e países europeus perto da estação ferroviária de Malin”, 100 km a noroeste de Kiev.

Em uma entrevista a um canal de televisão ucraniano, Zelesnky assegurou que a guerra “será sangrenta, haverá combates, mas terminará, com certeza, por meio da diplomacia”, acrescentou.

“As discussões entre Ucrânia e Rússia com certeza vão acontecer. Não sei sob qual formato: com intermediários, sem eles, em um círculo ampliado, ou em nível presidencial”, acrescentou.

Até o momento, várias reuniões foram realizadas entre negociadores de ambos os lados, sem resultados concretos.

Bombardeio de uma igreja

Na região leste do Donbass, uma área de mineração parcialmente controlada, desde 2014, por separatistas apoiados pelo Kremlin, várias cidades passaram semanas sob bombardeios russos.

Em Donetsk, que compõe esta bacia mineira juntamente com Lugansk, os bombardeios atingiram uma igreja onde estavam refugiados civis, incluindo crianças e membros do clero, segundo o Ministério do Interior ucraniano. Pelo menos 60 pessoas foram resgatadas e o número de mortos ainda é desconhecido.

O ministro russo da Defesa, Serguei Shoigu, afirmou na sexta-feira que suas tropas estão “perto de completar” a liberação de Lugansk.

No mesmo dia, Shoigu informou ao presidente Vladimir Putin “o fim da operação e a liberação total do complexo [Azovstal] e da cidade de Mariupol”.

Desde segunda-feira, um total de 2.439 combatentes que resistiam em condições precárias no labirinto de túneis desta siderúrgica, se renderam, segundo o porta-voz do ministério.

A conquista de Mariupol, uma cidade portuária do Mar de Azov, devastada por meses de bombardeios, é crucial para a criação de um corredor terrestre entre Donbas e a península da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014.

As autoridades ucranianas, que ordenaram a seus soldados que depusessem as armas para “salvar” suas vidas, estão confiantes em uma troca de prisioneiros com soldados russos.

O deputado e negociador russo Leonid Slutski disse que a Rússia estudará a possibilidade de trocar os combatentes do batalhão Azov capturados na siderúrgica pelo empresário ucraniano Viktor Medvedchuk, que é próximo de Putin. Os combatentes “serão trazidos de volta para casa”, prometeu Zelensky.

Gás cortado para a Finlândia

A Rússia publicou uma lista de 963 personalidades americanas proibidas de entrar no país, em retaliação a sanções semelhantes tomadas por Washington.

A lista inclui Biden, seu secretário de Estado, Antony Blinken, o secretário de Defesa, Lloyd Austin e até mesmo o presidente da Meta (a controladora do Facebook), Mark Zuckerberg.

A Rússia também cortou o fornecimento de gás para a Finlândia, por se recusar a fazer os pagamentos em rublos, como Moscou exige desde abril.

Anteriormente, já havia adotado medidas semelhantes contra Polônia e Bulgária, em iniciativas denunciadas como “chantagem” pela União Europeia.

Este anúncio foi feito dois dias depois de Finlândia e Suécia, dois países com histórico de não alinhamento militar, solicitarem sua adesão à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), em meio a temores regionais provocados pela invasão russa da Ucrânia.

A Turquia, membro da aliança militar transatlântica, atualmente se opõe a essas adesões, por considerar que a Finlândia e a Suécia são santuários para militantes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), organização considerada terrorista tanto por Ancara, quanto por Estados Unidos e a União Europeia.

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, pediu neste sábado à primeira-ministra sueca, Magdalena Anderson, que “acabe com o apoio político e financeiro” a grupos terroristas.

© Agence France-Presse

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