Menu
JBr Literatura
JBr Literatura

JBr Literatura #002 – Entrevista com a escritora Vanessa Teodoro Trajano

Quanto mais quente melhor! Para os leitores que entraram na onda da nova literatura erótica a notícia foi excelente e novos escritores fizeram a vez de Cassandra Rios

Gilberto Rios

03/03/2021 12h58

Vanessa Teodoro Trajano

Vanessa Teodoro Trajano. Foto: Arquivo Pessoal

Nossa entrevistada de hoje é a escritora radicada em Brasília, Vanessa Teodoro Trajano, que se dedica a escrever obras literárias pra lá de quentes!

A epidemia era a peste negra e o ano 1348 quando o Florentino Giovanni Boccaccio idealizou a obra prima Decamerão escrito no vernáculo Florentino e concluído em 1353. Boccaccio não esperava que a sua forma de escrever fizesse seguidores. No livro um grupo de sete moças e três rapazes que se abrigaram em um castelo próximo de Florença para fugir da peste negra, narraram 100 contos para passar o tempo do “lockdown” medieval. Os contos eróticos chocaram os italianos e a obra foi considerada um marco literário na ruptura entre a moral medieval.

Séculos depois uma nova febre foi popularizada pela escritora E.L. James autora de “50 Tons de Cinza” que abriu caminhos para o Hot nacional. O gênero que já tinha Cassandra Rios, Sacher Masoch, Marquês de Sade e tantas outras, foi invadido por uma enxurrada de escritoras da nova geração a exemplos de Ariela Pereira que escreveu “Redenção e Desejo” e Ane Pimentel autora de “Acordo Pré-Nupcial”. Definitivamente o “Quanto mais quente melhor” caiu nas graças e no fetichismo dos leitores brasileiros e o hot deu a sua grande virada.

O início de tudo foi Feira do Livro de Frankfurt no ano de 2011, onde uma grande oferta de livros eróticos tomou conta das prateleiras consolidado posteriormente na Feira do Livro de Londres. O que podemos constatar foi a grande explosão da produção e da venda de romances eróticos puxados por “50 tons de cinza”, com isto eles assumiram a liderança na linha editorial — já são mais de 70 milhões de exemplares vendidos no globo.

Mas, a questão era saber o quanto isso ia durar ou se seria uma coisa mais passageira, a resposta não demorou a vir, o hot tinha caído no gosto dos leitores e solidificou. Centenas de escritoras passaram a escrever o gênero e Vanessa Teodoro Trajano uma Piauiense, ganhou destaque no cenário nacional. Além de escritora, ela é professora de língua portuguesa com mestrado em Estudos Literários pela Universidade Federal do Piauí. Atualmente, ocupa uma cadeira como imortal da Academia Cruzeirense de Letras em Brasília, ocupando a cadeira cujo patrono é Nelson Rodrigues.

Recentemente, participou como colaboradora no roteiro do curta Maria, em fase de produção pela Leãopontodecinema e do Gostosa, longa a ser filmado pela produtora Guabes. Ambos têm como foco narrativo problematizar o assédio e a violência sexual sofrida pelas mulheres, sobre as quais Vanessa foi convidada para dar a sua visão feminina.

Mulheres Incomuns. Obra de Vanessa Teodoro Trajano
Mulheres Incomuns. Obra de Vanessa Teodoro Trajano

A nossa entrevistada possui 15 publicações, entre antologias e obras individuais as quais destacamos “Mulheres Incomuns” (2012 – contos); “Poemas Proibidos” (2014); “Doralice” (2015, romance); “Ela não é mulher pra casar” (2019), sendo finalista do Prêmio Guarulhos na categoria livro do ano. Em 2020, no ano da pandemia produziu o seu novo livro, “Supermulher e outras performances poéticas”.

Ela não é mulher pra casar, de Vanessa Teodoro Trajano
Ela não é mulher pra casar, de Vanessa Teodoro Trajano

Mas, se você ainda tem alguma dúvida se o “hot” seria capaz de ter força suficiente para durar tanto quanto as histórias de bruxos, vampiros e anjos, nos acompanhe nesta jornada do “Quanto mais quente, melhor!” com Vanessa Teodoro Trajano.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado