A defesa do subsecretário de Vigilância à Saúde, Eduardo Hage, entrou com um pedido de habeas corpus na noite de quarta-feira (26). Hage foi preso preventivamente em uma operação que investiga fraudes na compra de testes de detecção da covid-19 no Distrito Federal.
Para a defesa de Hage, a decisão do Ministério Público (MPDFT) “não possui fundamentos mínimos que possam sustentá-la” e não há “nada que aponte para sua participação em suposto esquema de compras fraudadas.”
A defesa cita ainda e-mails trocados entre os suspeitos das fraudes e alega que “não há um único enviado ou recebido por Eduardo”. O estafe finaliza a nota divulgada nesta quinta (27) afirmando que “espera e confia em sua pronta libertação”.
Vaquinha pró-Hage
Entidades de saúde pública, médicos e ex-ministro da Saúde se mobilizaram contra a prisão de Hage criando uma “vaquinha” virtual para custear a defesa do epidemiologista. Até a manhã desta quinta (27), o financiamento já havia arrecadado mais de R$ 38 mil.
Há contribuições do ex-ministro de Saúde Agenor Álvares, do ex-secretário nacional de Vigilância em Saúde Wanderson Oliveira e do atual vice-diretor da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS/OMS), Jarbas Barbosa, entre outros pesquisadores da área de saúde.
Operação
Na manhã de terça-feira (25), o secretário Francisco Araújo e outros cinco membros da saúde do DF foram presos preventivamente. Todos são investigados pelo MPDFT em operação que apura fraudes na compra de testes de detecção do novo coronavírus.
Segundo o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e a Procuradoria-Geral de Justiça do MPDFT, alguns servidores estariam se organizando para fraudar licitações e comprar testes IgG/IgM de baixa qualidade e com preços superfaturados.
As pessoas presas (25) são:
- Eduardo Hage, subsecretário de Vigilância à Saúde;
- Eduardo Seara Machado Pojo do Rego, secretário-adjunto de Gestão em Saúde;
- Ramon Santana Lopes Azevedo, assessor especial da Secretaria de Saúde;
- Ricardo Tavares, ex-secretário-adjunto de Assistência à Saúde;
- Jorge Antonio Chamon Junior, diretor do Lacen.
O subsecretário de Administração-Geral, Iohann Andrade Struck, está foragido.
Foram cumpridos outros 44 mandados de prisão, expedidos pelo desembargador Humberto Uchoa, em oito estados brasileiros: Goiás, Mato Grosso, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Bahia.