Após o Facebook afirmar nesta quarta-feira (8) que removeu 73 contas inautênticas de uma rede coordenada ligada a integrantes do governo de Jair Bolsonaro, a deputada do PSOL, Fernanda Melchionna comemorou a decisão. Em nota, a parlamentar afirmou que essa é “uma ação necessária de combate para quem faz uso inapropriado das redes sociais e, mais grave, comete crimes ao disparar mensagens automatizadas com conteúdos falaciosos”. Confira:
“É muito importante a derrubada desse conjunto de contas e perfis falsos do Facebook e Instagram para acelerar o desmonte da rede da desinformação e propagação de fake news, que, no Brasil, tem relação direta com assessores dos gabinetes da família Bolsonaro e do próprio Palácio do Planalto.
Essa ação de derrubada não se trata de cerceamento de opinião, nem de censura, e sim de uma ação necessária de combate para quem faz uso inapropriado das redes sociais e, mais grave, comete crimes ao disparar mensagens automatizadas com conteúdos falaciosos, nocivos e de ódio em larga escala.
Liberdade de expressão não é liberdade para cometer crimes. Ainda mais nesse momento de pandemia, em que a disseminação de fake news já está colocando a população em risco ao produzir mentiras sobre o COVID-19. Além do desmantelamento do gabinete do ódio, é urgente também investigar quem são os financiadores da milícia virtual que atua de dentro do Palácio do Planalto.”
Foram removidas 35 contas do Facebook e 38 do Instagram que, segundo a empresa, atuaram com propagação de notícias falsas antes e durante o mandato de Bolsonaro. A audiência chegava a 2 milhões de contas.
Os conteúdos eram sobre notícias e eventos locais e, de acordo com o Facebook, incluíam política e eleições, memes, críticas à oposição política, organizações de mídia e jornalistas, e mais recentemente sobre a pandemia do coronavírus. A empresa disse que barrou as contas concentradas “no comportamento, e não no conteúdo”.
O total gasto com anúncio no Facebook foi de cerca de US$ 1.500, pagos em reais. As contas tinham cerca de 883.000 seguidores. Também foi detectado um grupo com cerca de 350 pessoas. No Instagram, eram 917.000 seguidores ao todo.
A derrubada fez parte de uma investigação interna mais ampla, que derrubou quatro redes distintas por violação da política do Facebook “contra interferência estrangeira e comportamento inautêntico coordenado”.