Estava começando a me preparar para escrever a coluna, que de início falaria apenas dos sorteios da Libertadores e da Sul-Americana e do bicampeonato mundial de Medina no surfe quando um amigo, da World Soccer, enviou a mensagem: “Como sei de seu amor pelo United, devo avisar que o português não é mais língua na equipe”.
A mensagem apesar de parecer cifrada, era clara: a diretoria do Manchester United havia demitido José Mourinho.
Lá, como cá, ou em qualquer lugar, os maus resultados costumam estourar sempre em cima do treinador. Mourinho, apesar de toda a competência e fama, não seria exceção.
A derrota para o Liverpool, domingo, não foi a gota d’água. O time da terra dos Beatles está bem melhor.
Acredito que tenha pesado o fato de o United ter sido completamente dominado. O Liverpool chutou nada menos do que 36 bolas contra o gol do time de Manchester.
Há tempos a situação de Mourinho no United era ruim.
Durão, para muitos intragável, não aceitava que alguns jogadores fizessem corpo mole.
Só que o treinador está sempre na mão dos jogadores.
E foram eles que o derrubaram – como acontece muito por aqui, também.
Gostaria de saber o que dirão os divulgadores de informação que sempre falam que a Europa deveria ser exemplo para o Brasil.
Estes sim continuam alimentando o complexo de vira-latas do saudoso Nelson Rodrigues.
Bons ventos
Oito times brasileiros começarão a Libertadores de 2019.
Seis (Palmeiras, Cruzeiro, Flamengo, Internacional, Grêmio e Athletico Paranaense) direto na fase de grupos; dois na pré-Libertadores, que a Conmebol, no caso deles (São Paulo e Atlético Mineiro), chama de terceira fase.
O sorteio, realizado na noite de segunda-feira, na sede da Conmebol, não foi ruim para nós, não.
Por mais que alguns cartolas desejem “preparar” caminho para um possível insucesso, não dá para reclamar.
Se o São Paulo teme um mata-mata contra o Talleres, 15º colocado do Campeonato Argentino, não tem nada o que fazer na principal competição do continente.
Ou será que estou enganado?
Na fase de grupos, caso chegue lá, o tricolor paulista terá pela frente o River Plate, o Internacional e o Alianza Lima.
Grupo difícil? Sim, mas sem dúvida que o clube do Morumbi pode (e deve) sonhar com uma das duas vagas.
É claro que a situação do Cruzeiro é bem mais tranquila.
Ou será que alguém imagina a Raposa eliminada por Huracan, Deportivo Lara e Emelec? Nem pensar, não é mesmo?
Quem teria direito de lamentar é o Palmeiras, campeão brasileiro.
San Lorenzo, Junior Barranquilla e uma equipe vinda da pré-Libertadores (que pode ser o Nacional do Paraguai) formam um grupo equilibrado – mas perfeitamente “classificável”.
O Flamengo também se deu bem.
Peñarol (vivendo de nome), LDU e um time boliviano. Vai viajar e enfrentar altitude, mas nada além disso.
Será uma boa oportunidade para seus torcedores reviverem a Liga dos Urubus, criada em 2008 quando o time equatoriano decidiu (e venceu) a Libertadores contra o Fluminense.
Universidad Católica, Rosário Central e um time da pré-Libertadores.
Esta será a chave do Grêmio. Equilibrada, como quase todas. Mas também não é nada insuperável.
Para o Furacão, já com novo escudo e nome remodelado, couberam o Boca Juniors, o Jorge Wilsterman e o Tolima.
Tradição, altitude e surpresa (lembram o que o time colombiano fez ao Corinthians há alguns anos?).
Talvez o grupo mais complicado – principalmente porque a cartolagem atleticana está desmontando o time campeão da Sul-Americana.
Bicampeão
Não sei nadar.
Sendo assim, respeito com todas as minhas forças os nadadores e, principalmente, os surfistas.
Não consigo me imaginar tentando domar ondas.
Por isso, com admiração e respeito vibrei com a conquista de Medina. A segunda conquista.
Bicampeão mundial, ele chegou à semifinal, em Pipeline, sabendo que garantiria o título indo à decisão – ou não, se os rivais não chegassem à final.
Mas ele não só foi à final como ganhou a etapa, para não deixar dúvidas de sua conquista.
Máximo respeito e admiração pela tempestade brasileira que vem sacudindo o surfe mundial.