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Economia

Lojas de conveniência do BRB correm risco de fechar

Arquivo Geral

18/03/2016 6h00

Isaac Marra

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Responsáveis pela geração de mil empregos diretos, 9 mil indiretos e pela arrecadação de R$ 20 milhões anuais em taxas e impostos, as 287 lojas de conveniência do Banco de Brasília (BRB) correm o risco de fechar as portas no Distrito Federal, em Goiás e em Minas Gerais. As unidades prestam serviços de recebimento de títulos, saques e depósitos para correntistas e não correntistas do BRB. 

O alerta sobre a situação do segmento foi dado, ontem, na Câmara Legislativa, durante comissão geral sobre o assunto. O encontro reuniu representantes de entidades dos proprietários de lojas de conveniência, diretores do BRB, deputados distritais, além de permissionários dos serviços e funcionários das lojas. 

As turbulências no setor já resultaram na demissão de 200 funcionários desde outubro do ano passado, quando o banco propôs uma série de alterações na tabela de remuneração e na classificação de serviços prestados pelos permissionários. 

Sufoco

A principal delas, suspensa liminarmente pelo Tribunal de Contas do Distrito Federal, reduz à metade o valor pago pela instituição bancárias pelos serviços prestados pelos correspondentes. A remuneração diária caiu de R$ 83 para R$ 41,50 para cada máquina em funcionamento na conveniência — o mínimo é de duas por loja. Caso a medida cautelar venha a ser derrubada, o valor que o banco pretende pagar inviabilizaria a continuidade do negócio. 

Na avaliação do presidente do Sindicato dos Correspondentes Bancários e Não Bancários do DF (Sindcorb-DF), Cristiano Varela, a categoria está sufocada pelas restrições impostas pelo BRB. “Se o banco não entender a situação dos correspondentes, a solução será fechar as portas”, avalia Varela. Outra reclamação diz respeito à constante “mudanças de regras com o jogo em andamento”, segundo o sindicalista.  

Os representantes do BRB no encontro fizeram questão de ressaltar a disposição da instituição financeira em ter um bom relacionamento com a categoria sem, no entanto, deixar de observar o mercado financeiro. 

O diretor de Governo e Produtos do BRB, Nilban de Melo Júnior, afirmou  que o banco não cogita colocar fim nessas parcerias. “Temos consciência de que não conseguimos fazer o nosso trabalho com a qualidade de hoje sem a participação das convenîencias”, afirmou. 

Já a diretora de Redes e Canais, Kátia do Carmo Peixoto de Queiroz, também ressaltou a importância da parceria. Destacou, ainda, que as medidas adotadas pelo banco foram motivadas pelas práticas de mercado.

Reunião vai buscar saída para o impasse

Um grupo de trabalho com representantes do banco, do sindicato e da associação dos correspondentes tentará solucionar o impasse entre o BRB e as lojas de conveniência. A primeira reunião será realizada no dia 31 de março. 

Idealizadora do encontro de ontem, a presidente da Câmara Legislativa, deputada Celina Leão (PPS), destaca a importância das lojas de conveniência, principalmente nas regiões onde não existem agências bancárias.

Também presentes à reunião, os deputados Ricardo Vale e Wasny de Roure, do PT, Agaciel Maia (PTC) e Wellington Luiz (PMDB) ressaltaram que o banco não pode deixar de cumprir seu papel social. Os parlamentares sugeriram a ampliação do leque de serviços prestados pelos permissionários como forma de debelar a crise no segmento. A diretora Kátia do Carmo explicou que um projeto-piloto em execução em 28 lojas permite a abertura de contas e formalização de contratos de crédito e deverá ser estendido a outras unidades. 

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