Raquel Martins Ribeiro
Especial para o Jornal de Brasília
Ir ao cinema, dar um pulo no teatro, visitar exposições, comprar livros, fazer compras pela internet ou até mesmo pagar cursos relacionados à arte. O acesso direto à cultura está mais simples para o trabalhador com carteira assinada desde 2013. Isso graças ao Vale-Cultura, programa criado pelo Ministério da Cultura que oferece a quantia de R$ 50 mensais para funcionários de empresas cadastradas que fornecem o recurso.
Mas será que o número de pessoas que recebem o Programa de Cultura do Trabalhador é significativo? No Distrito Federal, apenas 44 empresas oferecem o benefício aos empregados. A medida agraciou, ao todo, 13.159 trabalhadores brasilienses, que consumiram desde então cerca de R$ 5 milhões com produtos e eventos culturais.
A assessoria de comunicação do Ministério da Cultura informa ainda que o programa atua diante de uma realidade de alta exclusão de consumo cultural no País visto que, segundo a pasta, 93% da população nunca foi a uma exposição de arte, 92% nunca visitaram um museu, 87% nunca foram ao cinema e 78% nunca viram um espetáculo de dança. “O Vale-Cultura, ao incentivar a participação das pessoas na vida cultural, de forma indireta, estimula o crescimento e a autonomia da economia da cultura no País”, ressalta o órgão.
Novos hábitos
“Eu não tinha o costume de ir ao cinema porque sempre achei o ingresso muito caro. Agora, já consigo ver alguma coisa. O vale não é alto, mas dá a possibilidade de consumir cultura sem precisar tirar do salário, que já anda apertado”, diz a vendedora Ana Maria Teixeira, de 28 anos. Ela revela também que já comprou alguns livros com o cartão.
Vale lembrar que, mesmo utilizando o benefício, os usuários permanecem com o direito de pagar meia-entrada. Também não há prazo de validade para os créditos. Assim, os recursos podem ser acumulados por meses para serem usados em um programa cultural de maior valor ou até mesmo para comprar um instrumento musical, por exemplo. E se o beneficiário quiser, também pode fazer compras pela internet.
O auxiliar técnico Edson Ferreira, de 24 anos, passou a receber o auxílio recentemente. “Ainda não tenho muito ideia de como aproveitar o dinheiro, mas aprovo a iniciativa”.
Informação útil para o Edson e para outros que já recebem o Vale-Cultura: o cartão pode ser usado para adquirir peças de artesanato, CDs, DVDs, esculturas, fotografias, quadros e gravuras; equipamentos de artes visuais, instrumentos musicais, livros, partituras, revistas e jornais. Ir ao cinema, espetáculos de dança, circo, teatro, musicais, exposições e festas populares. Também é válido para o pagamento de mensalidades de cursos de artes, audiovisual, circo, dança, fotografia, música, teatro e literatura.
