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Torcida

Surdolimpíadas no Brasil: esporte e inclusão andam juntos

Com mais de 4,2 mil participantes representando 77 países, o torneio conta com 20 modalidades e 199 surdoateltas brasileiros

Redação Jornal de Brasília

02/05/2022 19h29

Por Arthur Ribeiro
Agência de Notícias do CEUB/Jornal de Brasília

A Pira Surdolímpica foi acesa para a abertura oficial da 24ª edição das Surdolimpíadas de Verão. A segunda competição multi-esportiva mais antiga de história – atrás somente dos Jogos Olímpicos – ocorre, pela primeira vez, em solo brasileiro, sediada na cidade de Caxias do Sul (RS). Com mais de 4,2 mil participantes representando 77 países, o torneio conta com 20 modalidades e 199 surdoateltas brasileiros.

A primeira edição da competição, que acontece a cada quatro anos, foi em 1924, em Paris, marcado por ser o primeiro evento esportivo para portadores de necessidades especiais. A nomenclatura atual – Surdolimpíadas – é usada desde 2000. Anteriormente, a competição já foi chamada de Jogos Internacionais para Surdos e Jogos Mundiais Silenciosos, entre outras variações.

A Surdolimpíada se difere das Paralimpíadas desde os primórdios. Enquanto a primeira teve sua primeira disputa ainda em 1924, a segunda só surgiu após a Segunda Guerra Mundial, como tentativa de reabilitação dos soldados que se lesionaram nos combates. Entretanto, a principal diferença entre as competições é que os surdos não têm deficiência física ou motora que atrapalhem o desempenho.

Assim, o surdoatleta pode participar desde que tenha a perda auditiva de 55 decibéis ou mais em seu melhor ouvido. Não é permitido o uso de aparelhos auditivos ou implante coclear durante os jogos.

Em 2022, o Brasil terá a maior delegação do país na história da competição, com 199 atletas e 38 membros da comissão técnica. A trajetória brasileira nas Surdolimpíadas ainda é simples, com seis participações e dez medalhas (um ouro, uma prata e oito bronzes), todas ganhas nas últimas três edições. Em Caxias do Sul, os surdoatletas do Brasil disputam 17 modalidades entre as 20 no total.

As modalidades disputadas nas Surdolimpíadas são:

  • Atletismo
  • Maratona
  • Badminton
  • Basquete
  • Ciclismo
  • Futebol
  • Golf
  • Handebol
  • Judô
  • Karatê
  • Luta livre
  • Luta greco-romana
  • Mountain bike
  • Natação
  • Orientação
  • Taekwondo
  • Tênis
  • Tênis de mesa
  • Tiro esportivo
  • Vôlei
  • Vôlei de praia

Nesta edição, a primeira na América Latina, o público poderá acompanhar as disputas de casa ou no local. Para ir nas arenas, os ingressos serão gratuitos, assim como a transmissão na XPlay TV, no YouTube, Assim, as Surdolimpíadas vem com força para deixar um legado não somente para os atletas que participarem, mas também para a população surda no geral e na cidade sede.

Nossa equipe da Agência de Notícias UniCEUB fez um especial para te deixar por dentro da competição. Confira:

Presidente da Federação Brasiliense comenta sobre representatividade do DF na competição

Diante da 24° edição das Surdolimpíadas de verão, que começa neste domingo (1°), em Caxias do Sul (RS), o presidente da Federação Brasiliense Desportiva dos Surdos (FBDS), Gladison Fernando da Rosa Rocha, destacou a importância do evento para o DF e deixou sua torcida para os surdoatletas da região “Temos muito orgulho por mostrar a todos o potencial dos nossos surdoatletas brasilienses”.

“O surdo tem que ser visto capaz de realizar qualquer atividade”, diz presidente do ICSD

O presidente do Comitê Internacional de Esportes para Surdos (ICSD), Gustavo Perazzolo, comentou com a reportagem sobre diversos assuntos envolvendo a competição, como diferença entre Surdolimpíadas e Paralimpíadas, investimento, divulgação e muito mais. Para Perazzolo, o maior legado que pode ser deixado é que o surdo seja mais incluído na sociedadade.

Vice-prefeita de Caxias do Sul quer que cidade siga como referência para surdos

Paula Ioris, vice-prefeira da cidade sede, Caxias do Sul, concedeu entrevista para a reportagem e esclareceu os detalhes que envolvem a cidade. Caxias, que já é tida como referência no esporte para surdos, após sediar os jogos Sul-Americanos em 2015, contou com adaptações na insfraestrutura e pretende engajar a população local a prestigiar o evento.

DF terá representante de atletismo em Caxias do Sul

O Distrito Federal terá um representante nas próximas Surdolimpíadas, o velocista Higor Caldeira Ribeiro. O atleta de apenas 19 anos, nasceu e ainda mora na cidade de Planaltina. Ele foi convocado para integrar a seleção brasileira de atletismo masculino na 24ª Surdolimpíada de Verão.

Atleta inscrita na categoria -63kg de Judô será a única representante catarinense da modalidade

Carolina Kich, 22, atleta catarinense de judô, e surda, disputará a sua primeira competição internacional após dois anos de ausência por conta da pandemia, e já se diz ansiosa pela chegada do torneio. A jovem falou sobre sua história e os desafios que enfrenta dentro do mundo esportivo.

Atleta Brasileiro enfrenta falta de incentivos financeiros para poder disputar as Surdolimpíadas

Matheus Rubio, 22, atleta do Basquetebol para surdos, possui deficiência parcial auditiva nos dois ouvidos e tem o sonho de disputar as Surdolimpíadas. Nascido em Ilha Solteira, no oeste do estado de São Paulo, conheceu o basquete aos 11 anos e acreditava que seu sonho de se tornar profissional no esporte teria que ser deixado de lado quando as oportunidades não apareceram. Foi apenas em 2019 que ele descobriu o esporte para surdos. Ele diz que, como legado, busca apenas dar orgulho para sua família e aqueles que sempre lhe apoiaram.

Na luta pela medalha e por reconhecimento, Stefany Krebs disputará três modalidades nas Surdolimpíadas

Os atletas enfrentam desafios comuns durante a sua caminhada no esporte, abdicam de vários momentos com a família, treinos intensos e rotinas desgastantes. Esses problemas são cada vez maiores para Stefany Krebs, de 23 anos, portadora de deficiência auditiva que disputará três modalidades na competição – futebol, futsal e musculação.

Nadador Vinicius Jude reflete sobre a competição

Vinicius Soares Judes, 30, é atleta de natação e iniciou sua carreira em 2011, através dos Jogos Abertos Paradesportivos de Santa Catarina (Parajasc). “Me consagrei campeão nas duas primeiras provas. Neste evento descobri a possibilidade de participar de competições para pessoas surdas”, relembra.

Supervisão de Luiz Claudio Ferreira

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