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Torcida

Simona Halep vence Bia Haddad e conquista WTA 1000 de Toronto

No caminho até a decisão, Bia passou pela polonesa Iga Swiatek, atual número 1 do mundo e campeã de Roland Garros

FolhaPress

14/08/2022 17h33

Foto: Divulgação

A tenista Beatriz Haddad Maia, 26, não resistiu à ex-número 1 do mundo Simona Halep e foi derrotada na final do WTA 1.000 de Toronto, no Canadá.

A brasileira foi superada pela romena (atual 15ª do ranking) por 2 sets a 1, com parciais de 3/6, 6/2 e 6/3, em decisão com presença de torcida brasileira neste domingo (15).

Foi um triste ponto final para a espetacular campanha construída por Bia, em que desbancou a atual número 1 do mundo e outras duas ex-líderes do ranking.

Mesmo com a derrota, porém, a paulista alcançou diversas marcas pessoais e se tornará a primeira brasileira no top 20 do tênis feminino na era WTA. Atual 24ª colocada, ela ocupará o 16º lugar na próxima divulgação oficial da lista.

“Rankings e resultados só refletem o quanto eu e meu time trabalhamos. Eu tinha traçado a meta de ser top 20 até o final do US Open [setembro] e estou contente de ter alcançado. Objetivos servem de motivação para saber aonde queremos ir”, havia declarado Bia antes da final, ao ser questionada sobre a brilhante temporada.

Esta foi a primeira vez que uma brasileira chegou à decisão de um torneio 1.000, categoria mais importante do circuito abaixo dos Grand Slams.

“Temos Maria Esther Bueno e Guga Kuerten. Não me comparo a eles, ambos são fenomenais. Mas é importante e é um prazer para mim, não só como brasileira, mas como uma mulher sul-americana. Estou bastante orgulhosa de mim e do meu time”, acrescentou.

No caminho até a decisão, Bia passou pela polonesa Iga Swiatek, atual número 1 do mundo e campeã de Roland Garros, com vitória por 2 sets a 1. Foi a primeira vez que uma brasileira derrotou uma líder do ranking.

Nas quartas de final, outro teste de ferro: a adversária foi a suíça Belinda Bencic (12ª do mundo), ex-líder do ranking e atual campeã olímpica. Mais uma vitória por 2 a 1.

Na fase seguinte, a paulistana desbancou outra ex-número 1, a tcheca Karolina Pliskova (atual 14ª), por 2 a 0. Na segunda parcial, Bia se recuperou de um 5 a 2 para virar o set e vencer no tie break.

O triunfo rendeu homenagens e torcida de personalidades esportivas, como Pelé. “Como é bom ver os brasileiros conquistando cada dia mais no esporte. Você está escrevendo uma linda história”, publicou o Rei nas redes sociais.

Na final, pesou a experiência de Halep. Aos 30 anos, a romena disputava sua 18ª decisão de WTA 1.000 na carreira, recorde que passa a ostentar ao lado da americana Serena Williams.
Bia e Halep já haviam se enfrentado três vezes. O histórico do confronto tem agora três vitórias da romena e uma da brasileira.

Se hoje Bia comemora a entrada no top 20, essa trajetória não foi sem obstáculos e decepções.
Em 2017 e 2018, ela esteve na 58ª posição do ranking, até então sua melhor marca. No ano seguinte, no entanto, a tenista foi pega em exame antidoping e punida por dez meses.

A pena seria maior, mas foi reduzida porque sua defesa conseguiu provar que as substâncias anabólicas encontradas no exame foram ingeridas de suplementos alimentares contaminados. Ela ficou todo esse período proibida de praticar o esporte.

A volta da atleta às quadras estava prevista para maio de 2020, mas o circuito pausou em razão da pandemia da Covid-19 e só retornou em agosto.

Com isso, Bia caiu para a 1.342ª posição do ranking, o que a obrigou a disputar vários pequenos torneios para voltar a crescer na classificação.

Em 2021, começou na 359ª posição. E, em outubro, celebrou o que era a maior vitória da sua carreira até ali. No WTA 1.000 de Indian Wells (Estados Unidos), venceu a então número 3 do mundo, a mesma Pliskova que derrotou em Toronto.

Neste ano, a paulistana vem se destacando desde o primeiro semestre, quando foi vice no torneio de duplas do Aberto da Austrália e campeã do WTA 500 de Sidney, ao lado da cazaque Anna Danilina, em janeiro.

Em maio, conquistou seu primeiro WTA 125, em Saint-Malo (França), foi à final em Paris nesta mesma classe e ficou pela primeira vez entre as 40 melhores do ranking de simples.

Logo no mês seguinte, foi campeã do WTA 250 de Nottingham, na Inglaterra, em campanha que incluiu vitória sobre a a grega Maria Sakkari, então número 5 do mundo, e também ficou com o título de duplas, ao lado da chinesa Shuai Zhang.

O troféu marcou o primeiro título feminino de uma brasileira em quadras de grama após 54 anos, desde que Maria Esther Bueno venceu em 1968.

Na semana seguinte, Bia conquistou o WTA 250 de Birmingham, novamente na grama, em caminhada que passou por vitória sobre Halep na semifinal.

O único momento de baixa da temporada foi a estreia em Wimbledon. Embalada pelas conquistas em outros gramados da Inglaterra, a expectativa da brasileira caiu por terra logo na estreia, em derrota para a eslovena Kaja Juvan (62ª).

O próximo Grand Slam, no qual Bia pode tentar conquistar seu primeiro troféu no nível mais alto do tênis, será o Aberto dos Estados Unidos, em Nova York, a partir de 29 de agosto. Agora entre as 20 melhores tenistas do planeta.

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