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Recorde histórico da NBA contagia brasilienses

Aos 38 anos, LeBron James pode se tornar o maior pontuador da história da NBA, faltam apenas 36 pontos para quebrar recorde histórico

Redação Jornal de Brasília

07/02/2023 18h00

Foto: AFP

Gabriel de Sousa

Hoje pode ser um daqueles dias que ficam marcados eternamente na história do esporte. Da mesma forma em que os olhares de todo o globo se voltaram para as finais da Copa do Mundo e para as disputas por medalhas olímpicas, o mundo todo irá prestar atenção na partida entre a nona e a décima piores campanhas da National Basketball Association (NBA).

Mas, o que deveria ser um jogo apagado entre Los Angeles Lakers e Oklahoma City Thunder – duas equipes com poucas pretensões e grandes erros táticos na temporada – será um dos jogos mais importantes em 77 anos de liga. Qual o motivo de tanta expectativa? Todos querem ver LeBron James ocupar o trono de maior pontuador da história da competição.

Até o momento, a vossa majestade em pontuações é o ex-pivô Kareem Abdul-Jabbar, ídolo do Milwaukee Bucks e do próprio Lakers de LeBron, que fez, entre os anos de 1969 e 1989, 38.387 pontos. Jabbar é o maior cestinha de todos desde 1984, quando ultrapassou o já falecido Wilt Chamberlain, e deve acompanhar a passagem do bastão que é seu há quase quatro décadas na Crypto.com Arena, onde acontecerá a tão esperada partida a partir das 23:59 desta terça-feira (7)

James, que joga na NBA desde 2003, já registrou 38.352 pontos na carreira, restando apenas 36 pontos para ultrapassar o ex-pivô. Com uma média de 30 pontos por jogo na temporada, LeBron, que aos 38 anos impressiona pela boa forma e agressividade, tem uma missão difícil pela frente, mas já pontuou mais do que o objetivo de hoje em oito partidas nesta edição da NBA. Basta saber se o Lakers irá fazer a grande maioria dos arremessos passar pela mão de LeBron e se o Thunder, já sem expectativas no torneio, irá deixar o show acontecer e assistir o momento épico de camarote.

Porém, se o recorde não for ultrapassado contra a equipe do Oklahoma, ele deve ser batido na madrugada desta quinta (9) para sexta (10), quando o Lakers, também jogando em casa, enfrentará o Milwaukee Bucks de Giannis Antetokounmpo. Para alguns torcedores, se tornar o maior pontuador da história em cima do time em que Kareem Abdul-Jabbar é ídolo máximo deixará a ocasião ainda mais especial, já outros não aguentam mais a ansiedade e vão torcer para que LeBron se torne o rei dos cestinhas ainda hoje.

Quem quiser assistir ao jogo que pode se tornar histórico poderá conferir uma transmissão ao vivo na Amazon Prime Video. O serviço pago NBA League Pass é uma outra opção aos brasilienses. A bola laranja vai subir pela primeira vez à meia-noite no Horário de Brasília.

Brasilienses estão animados

A mais de 9 mil quilômetros de Los Angeles, os jovens brasilienses que cresceram acompanhando o ídolo do basquete estão animados para acompanhar a partida de hoje. Fã de basquete desde pequeno, o estudante Yan Lorençone, de 20 anos, diz que a sua madrugada tem tudo para ser inesquecível, e acredita que James irá fazer os 36 que restam para assumir o seu trono.

Fã do jogador, o estudante, que tem a NBA como uma das suas grandes paixões da vida, destaca que o astro estadunidense trouxe inspirações para diversos jovens, mesmo disputando as suas partidas em um outro país. “O LeBron para o basquete significa a valorização do esporte. Do atleta acima da estrela, do ganho esportivo sobre qualquer coisa. Significa competição, comprometimento e honra”, explica.

Lorençone, que irá assistir a partida pelo seu notebook, pretende se sentir em Los Angeles se a bola tão esperada caia na cesta. Para ele, não poder acompanhar de perto um ídolo batendo o tão aguardado recorde não fará o momento ser menos empolgante. “É mágico. Viver um momento especial que você sabe que irá surgir em rodas de conversa no futuro e poder comentar sobre, faz a gente se sentir parte da história. Uma das melhores sensações em assistir esportes é essa”, destaca o estudante.

Outro jovem que não vê a hora de um ídolo da infância bater uma marca histórica é Juan Cardoso, de 23 anos, que se recorda com alegria da primeira camisa de basquete que ganhou quando começou a jogar basquete nas quadras de Taguatinga: uma regata de LeBron da época que jogava no Cleveland Cavaliers, onde é, indiscutivelmente, o maior jogador que já defendeu a equipe. “Falei pro meu irmão que queria começar a jogar e ele comprou uma peita do LeBron para mim. Tá toda rasgada, mas visto ela até hoje”, conta.

Cardoso afirma que, para todo fã de basquete da sua idade, LeBron James é a principal inspiração, sendo o “nosso Neymar” e o “Pelé de quem vier depois”. Juan irá acompanhar o jogo da sua casa junto com o irmão, que no passado o introduziu para o esporte que hoje é a sua paixão. “Já vimos ele ganhar muita coisa, e hoje não vai ser diferente”, brinca o jovem.

Para os mais velhos, que viram de perto o basquete evoluir e criar estrelas como LeBron, a noite pode ser emocionante, mas não melhor do que as vivências do passado. O professor de educação física Vitor Martins, de 54 anos, viu de perto o craque brasileiro Oscar Schmidt fazer as suas “santidades” nas quadras brasileiras. Segundo a Federação Internacional de Basquetebol, o “Mão-Santa” tem 49.737 pontos na carreira e é disparadamente o maior pontuador do esporte em escala global, o que motiva Martins a “provocar” o norte-americano a superar mais um recorde: “O maior pontuador de todos é brasileiro. Quero ver ele passar do Oscar, foi o melhor que eu já vi jogar”.

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