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Próxima Copa em 2026 na América do Norte, com 48 seleções, ainda discute seu formato

Depois de uma edição em 2022 concentrada no fim do ano, o evento de 2026 será realizado em todo o continente norte-americano, com a participação de 48 seleções

Redação Jornal de Brasília

18/12/2022 11h12

Foto: AFP

A próxima Copa do Mundo tem ambição de sobra: depois de uma edição em 2022 concentrada no fim do ano (e no meio do calendário europeu) e ser disputada praticamente em uma única cidade, Doha, o evento de 2026 será realizado em todo o continente norte-americano, entre México, Canadá e Estados Unidos, com a participação pela primeira vez de 48 seleções.

Com a 22ª edição da Copa do Mundo terminando neste domingo, a 23ª começará em apenas três anos e meio e quase um terço dos países filiados à Fifa participarão dela, após três décadas de um torneio disputado no formato de 32 seleções.

O número de países participantes do maior torneio de futebol variou e foi ampliado ao longo do tempo: das 13 seleções na primeira edição, em 1930, para 16 até 1978, passou para 24 até 1994 e 32 a partir da Copa de 1998.

Esta mudança concretiza a primeira grande reforma do presidente da Fifa, Gianni Infantino, adotada em 2017, embora seja ameaçada pelos desafios logísticos de realizar 100 jogos em vez dos habituais 64 desde o Mundial da França-98.

Mas para as nações mais modestas é a grande oportunidade de serem convidadas para o grande evento futebolístico do planeta. “Para nós, africanos, é uma dádiva de Deus”, comemorou o ex-jogador da seleção nigeriana Sunday Oliseh na semana passada. “Sempre achei que deveríamos ter mais representantes. Quanto mais pudermos jogar, melhores nossas chances.”

Um formato a definir

A nova distribuição por confederações favorece a África e a Ásia: 9 vagas (4 a mais que as atuais 5) para africanos; 8 (até hoje eram 4,5) para os asiáticos, e uma vaga fixa para a Oceania, que até agora tinha apenas a chance de disputá-la nos playoffs.

Tendo em vista o nível das seleções africanas eliminadas antes da Copa do Catar-2022 (Egito, Argélia, Nigéria,…), a edição de 2026 tem tudo para ser particularmente emocionante.

A Europa, por sua vez, passará de 13 representantes para 16, a América do Sul de 4,5 para 6 e a Concacaf terá um total de 6 seleções (contando as três sedes). Até aqui eram 3,5. As duas últimas vagas serão distribuídas através das repescagens.

O formato da competição ainda não foi definido: no início, a Fifa tinha em mente 16 grupos de três seleções cada, com dois classificados por chave e os cruzamentos das oitavas de final. Essa fórmula permitia que os times mantivessem o mesmo número máximo de jogos (7 para os finalistas), com um total de 80 jogos, mas tinha o perigo de ‘acordos’ entre equipes para se classificarem juntas no terceiro jogo da primeira fase.

Na sexta-feira, o presidente da Fifa, Gianni Infantino, confirmou que o órgão quer reexaminar esse formato nas “próximas semanas”.

“Aqui (no Catar), os grupos de quatro têm sido absolutamente incríveis até o último minuto de cada partida. Temos que reconsiderar, pelo menos discutir novamente o formato, se são 16 grupos de três ou 12 grupos de quatro…” declarou.

“Aumentar o número de convidados”

Se a opção dos 12 grupos de 4 seleções acabar sendo escolhida, o número de partidas aumentaria para mais de cem…

O número de cidades-sede vai dobrar, com 16 estádios em 2026 contra oito da edição atual, e o quebra-cabeça financeiro e ambiental que envolve as longas distâncias a serem percorridas.

Outra consequência da mudança de formato será o aumento da receita da Fifa, cuja grande parte dos benefícios vem da organização da Copa. A entidade acaba de anunciar uma previsão orçamentária recorde de 11 bilhões de dólares para o próximo ciclo 2023-2026, bem acima dos 7,5 bilhões em uma Copa do Mundo com 32 seleções.

Resta saber se a irrupção das nações mais modestas vai baixar o nível de jogo.

Sunday Oliseh, integrante do Grupo de Estudos Técnicos (TSG) da Fifa, não pensa assim e para isso se baseia nas inúmeras surpresas ocorridas na Copa do Mundo do Catar: “Não acho que a qualidade (do jogo) vá ser afetada. Muito pelo contrário, vimos a Arábia Saudita jogar sua primeira partida (vitória por 2 a 1 contra a Argentina) e foi magnífico”.

O brasileiro Ronaldo Fenômeno, duas vezes campeão mundial (1994 e 2002), também se mostrou “favorável” à ampliação. “Acho que vale a pena este formato, que dá a oportunidade a outros países de participarem desta grande festa”, disse o ex-atacante. “Não vai baixar o nível técnico das próximas edições, só vai aumentar o número de convidados”, acrescentou.

© Agence France-Presse

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