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Pressionado por contrato bilionário, UFC corre para marcar novos eventos

Mais que um pioneirismo em tempos de crise, a atitude de Dana White é uma resposta à pressão para que o UFC voltasse às atividades

Redação Jornal de Brasília

19/05/2020 17h58

UFC Brasília neste sábado (14) com portões fechados para o público Fotos: Pedro Marra/Jornal de Brasília

O UFC encerrou a maratona de três eventos em uma semana já pensando nos próximos. Tão logo a última luta em Jacksonville, na Flórida, nos Estados Unidos, terminou, o presidente da franquia, Dana White, anunciou que o próximo card da organização acontecerá em Las Vegas. Se o estado de Nevada não reabrir suas atividades, o evento, então, irá para o Arizona.

Mais que um pioneirismo em tempos de crise, a atitude de Dana White é uma resposta à pressão para que o UFC voltasse às atividades. A organização tem um contrato de US$ 750 milhões (R$ 4,1 bilhões) com a ESPN dos EUA para a realização de 42 eventos em 2020, segundo a revista Sports Illustrated. Menos eventos significam menos dinheiro na conta das empresas donas do Ultimate.

A pandemia do novo coronavírus (causador da Covid-19) fez com que as chances que esse acordo fosse cumprido diminuíssem. O UFC chegou a ficar quase dois meses sem realizar lutas por causa da crise sanitária. Ao todo, cinco eventos foram cancelados antes da maratona de três cards em oito dias em Jacksonville.

A pressa para voltar às atividades incomodou até a própria ESPN, quando Dana White fechou um acordo para mandar o UFC 249 em uma reserva indígena na Califórnia. Pela legislação norte-americana, terras indígenas não precisam seguir regulamentações estaduais.

“Hoje, recebemos uma ligação dos mais altos escalões da Disney e da ESPN. E os poderosos que estão lá me pediram para desistir e não fazer esse evento no sábado”, disse Dana White, na época do cancelamento.

O retorno foi aceito apenas quando a Flórida mudou suas recomendações. Desde 9 de abril, os eventos esportivos passaram a ser “serviços essenciais” no estado. Assim, o caminho do UFC ficou livre para o retorno, mesmo que sem público.

Mesmo com a lei dessa vez ao seu lado, Dana White recebeu críticas por insistir em realizar eventos enquanto os casos de contágios nos EUA aumentam. Em resposta, o chefão anunciou um protocolo de segurança sanitária que teria que ser cumprido nos três eventos.

“As pessoas pensam que eu falo ‘não me importo com o coronavírus e vamos fazer isso de qualquer jeito’. Nós sabemos o quão sério é o coronavírus. Saúde e segurança foram as prioridades nas últimas semanas e sempre foram uma prioridade para nós nesses últimos 20 anos”, disse na época.

A pressão sobre o UFC aumentou um dia antes do primeiro evento em Jacksonville. Escalado para o card preliminar contra Uriah Hall, Ronaldo Jacaré e mais dois membros de sua equipe foram diagnosticados com o coronavírus, mas nem assim o UFC 249 foi cancelado.

“Realizamos 1.200 testes essa semana em 300 pessoas. Não é algo inesperado uma pessoa ter seu teste como positivo. O sistema funciona. E o bom disso é que agora que sabemos que Jacaré foi diagnosticado, ele está fazendo o que é preciso e estamos aqui para ajudá-lo no que for preciso”, disse Dana White à ESPN no dia em que o brasileiro foi diagnosticado com a doença.

Desde então, não houve mais nenhum caso confirmado entre os lutadores que participaram dos três eventos em Jacksonville.

“Estou feliz que acabou. Queria que essa semana terminasse. Isso tudo foi um sucesso em todos os sentidos. Ninguém ficou doente. Não há garantias na vida, mas aqui estamos e vamos agora para casa. Foram grandes eventos. Uma grande semana”, comemorou Dana White.

As informações são da FolhaPress

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