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Torcida

Jorge Jesus, o português que devolveu a alegria ao Flamengo

Jorge Jesus não precisou de muito tempo para conquistar seus jogadores e a torcida do Flamengo.

Redação Jornal de Brasília

23/11/2019 19h48

Brazil’s Flamengo coach Jorge Jesus arrives at the airport in Lima on November 20, 2019, ahead of the Copa Libertadores final football match against Argentina’s River Plate to be held there on November 23. (Photo by ERNESTO BENAVIDES / AFP)

O histórico ano de 2019 do Flamengo, que neste sábado se sagrou bicampeão da Copa Libertadores ao vencer o River Plate por 2 a 1 em Lima e está a um passo de conquistar o Campeonato Brasileiro, não seria explicado sem a chegada do técnico português Jorge Jesus.

Aos 65 anos, Jorge Fernando Pinheiro de Jesus, mudou completamente o rumo do time rubro-negro, quando aterrissou em junho no Rio de Janeiro para substituir Abel Braga, que não conseguia traduzir em vitórias o grande investimento que foi feito este ano pela diretoria para formar uma equipe campeã.

Com um currículo discreto como jogador profissional, tendo atuado em equipes modestas de seu país, Jorge Jesus demorou a se destacar como técnico. Ele começou sua carreira ascendente no futebol amador, em 1989, até chegar ao poderoso Benfica em 2009.

Depois de seis anos comandando ‘As Águias’, com as quais conquistou três campeonatos nacionais e uma Copa de Portugal, em junho de 2015 anunciou sua saída do clube para comandar seu grande rival da cidade, o Sporting de Lisboa, onde trabalhou durante três anos e com o qual conseguiu conquistar uma Supercopa portuguesa.

Luka GONZALES / AFP

Revolucionário

Em 2018 Jesus aceitou seu primeiro trabalho fora de seu país para dirigir o Al Hilal da Arábia Saudita durante um ano e meio. Depois de seis meses sem time, aceitou o desafio de comandar o Flamengo em junho deste ano. A chegada de um técnico estrangeiro no sempre fechado futebol brasileiro gerou uma série de desconfianças.

Mas Jorge Jesus não precisou de muito tempo para conquistar seus jogadores e a torcida. Com um futebol ofensivo, rápido e de muita intensidade, o Flamengo decolou com sua chegada, desbancando o então líder Palmeiras e emendando um turno inteiro sem perder no Brasileirão.

“Acho que ele chegou ao Brasil sem nenhum medo de assumir riscos, porque sua metodologia de trabalho e a forma como prepara taticamente a equipe, com uma intensidade de jogo muito alta, uma linha defensiva adiantada, uma pressão muito forte para recuperar a bola no campo adversário e uma busca do gol o tempo todo, no atual momento do futebol brasileiro, são comportamentos contraculturais”, disse à AFP o jornalista e colunista do jornal O Globo, Carlos Eduardo Mansur.

Outros dos aspectos introduzidos por ‘JJ’, como é conhecido, são “uma maior intensidade nos treinamentos” e acabar com o famoso ‘rodízio’ de muitas equipes brasileiras, que alegando o problema do calendário e das distâncias, costumam poupar seus jogadores titulares.

Referência de estilo

Na hora de jogar, Jorge Jesus tem duas referências: o Milan de Arrigo Sachi do final da década de 1980, por sua tática, e o Barcelona de Johan Cruyff dos anos 90, por seu futebol ofensivo e vistoso.

Com um 4-1-3-2 como sistema favorito, Jorge Jesus conseguiu tirar o melhor de seus jogadores, principalmente de Gabigol e Bruno Henrique, que chegaram um pouco desvalorizados e se tornaram as duas referências do ataque rubro-negro.

As boas atuações levaram os dois a serem convocados para a seleção brasileira, além de Gérson e Vitinho, que voltaram após uma passagem sem brilho na Europa mas que o português conseguiu recuperá-los e levá-los de volta ao melhor nível.

Jorge Jesus se tornou o segundo técnico europeu a conquistar a Libertadores, depois que o croata Mirko Józic levou o chileno Colo Colo ao título em 1991. Ele é também o segundo treinador estrangeiro que poderá conquistar o Brasileirão, algo que só o argentino Carlos Volante conseguiu em 1959, comandando o Bahia.

Fonte: Agence France-Presse

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