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Filho de Tite, Matheus Bachi é o sangue do técnico na Seleção

Matheus Bachi, primogênito de Tite, acompanha o pai desde a chegada à Seleção, em junho de 2016. Antes, estiveram juntos no Corinthians

Redação Jornal de Brasília

29/11/2022 13h19

Foto: Lucas Figueiredo/CBF

A comemoração foi moderada, mas simbólica: depois do gol de Casemiro que classificou o Brasil para as oitavas de final da Copa do Mundo do Catar, Tite abraçou e beijou Matheus Bachi, seu filho e assistente técnico na Seleção.

O gesto de carinho teve um ar de alívio para o treinador brasileiro, acusado várias vezes de nepotismo por incluir o filho em sua comissão.

“Antes do atleta existe o ser humano. Eu tenho a felicidade de ter um grande profissional e um filho que eu amo do lado”, disse o treinador após a vitória do Brasil por 1 a 0 sobre a Suíça.

Matheus Bachi, primogênito de Tite, acompanha o pai desde a chegada à Seleção, em junho de 2016. Antes, estiveram juntos no Corinthians, na conquista do Campeonato Brasileiro de 2015.

Na comissão brasileira, começou como assistente técnico e tecnológico. No início, estava longe dos holofotes e seu trabalho analítico costumava ser feito das tribunas dos estádios onde a equipe jogava.

Mas antes da Copa América de 2019, vencida em casa pelo Brasil, as coisas mudaram: o ex-lateral Sylvinho, então auxiliar de Tite, assumiu o Lyon da França a um mês do torneio.

Responsável pelas bolas paradas

Matheus, de 33 anos, ganhou espaço e passou a ter presença no banco, de onde também orienta os jogadores, tanto os que vão entrar como os que estão em campo.

Não é estranho vê-lo com um fone de ouvido para receber informações de assistentes a postos fora da área técnica.

“Ele é o responsável pelas bolas paradas, quem te mostra as posições de forma didática com fotos ou em uma prancheta”, explicou Tite.

Católico fervoroso como o pai, a quem chama de professor, mestre e amigo, Matheus é formado em educação física e fez estágios no Barcelona e no Flamengo com Vanderlei Luxemburgo.

Suas capacidades profissionais não o blindaram de ataques, já que muitos consideram que sua presença na Seleção se deve ao vínculo familiar com seu pai.

“É inevitável”, disse Tite à revista Placar em outubro. “É impossível médico ter filho médico bom? E o músico ter filho músico bom? O Matheus é bom para c…”.

O meia Lucas Paquetá atribui a Mateus sua mudança de mentalidade depois de uma atuação apagada pelo Brasil.

“Eu liguei para a minha esposa, para os meus pais e falei: ‘acho que eu não jogo nunca mais na seleção'”, contou Paquetá ao jornal O Estado de S. Paulo. “Eu desliguei o telefone, ele bateu lá na porta, e falou: ‘Cara, a gente confia muito em você, fica tranquilo, não se cobra tanto. Você é um grande jogador, a gente tem certeza disso’. Acho que o Matheus mudou meu pensamento”.

Polêmica e sonho

Embora o defenda com unhas e dentes, Tite também teve que dar um puxão de orelha no filho, membro de uma comissão técnica que também é integrada por Cléber Xavier e César Sampaio.

Em outubro de 2020, Matheus foi alvo de críticas no Brasil por ter “curtido” várias publicações nas redes sociais que atacavam a comunidade LGBTQ+, o feminismo e que pediam o fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF), atacado frequentemente pelo presidente Jair Bolsonaro.

A CBF publicou então um comunicado no qual garantiu que “conversou diretamente” com ele, “que reconheceu seu erro” e disse não “compartilhar” o conteúdo das mensagens nas quais tinha dado ‘like’.

“Não deve existir nenhum preconceito, estamos em um processo de igualdade na sociedade, seja de cor, raça ou sexo”, disse Tite na ocasião.

Casado com a influenciadora Fernanda Silva Bachi, com quem tem dois filhos, Matheus também deixará a Seleção ao final da Copa do Mundo, seja o Brasil campeão ou não.

Tite não ficará no comando técnico e deseja continuar sua carreira dirigindo algum clube europeu. Seu filho mais velho, por sua vez, quer sair da sombra do pai. “Eu acabei tendo um mestre e um professor em casa, isso é uma grande vantagem que eu tenho. Isso me faz almejar, ter o sonho de ter minha própria carreira”, disse Matheus recentemente ao portal ge.

“Eu até brinco com ele de vez em quando que eu quero virar treinador e ganhar dele”.

© Agence France-Presse

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