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Esporte toma conta do Lago Paranoá neste fim de semana

A vela adaptada é uma modalidade paraolímpica que é uma adaptação da modalidade de vela convenciona

Aline Rocha

06/12/2019 14h35

Foto: Divulgação

Camilla Germano
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Brasília pode não ter litoral mas amanhã é dia de competição aquática no lago Paranoá. Copa BRB de Vela Adaptada para paratletas acontece na semana alusiva ao Dia da Pessoa com Deficiência. Durante a competição oito atletas disputarão na Classe Hansa 2.3 e 303, nas categorias feminina e masculina em Brasília, no Lago Paranoá. A regata terá início às 9h no Clube NIPO e será aberta a comunidade.

A vela adaptada é uma modalidade paraolímpica que é uma adaptação da modalidade de vela convencional. As velas convencionais são adaptadas para o manuseio de paratletas. A modalidade segue as regras da Federação Internacional de Iatismo (ISAF) com algumas adaptações feitas pela Federação Internacional de Iatismo para Deficientes (IFDS). Três tipos de barco são utilizados nas competições paralímpicas: classe 2.4mR, tripulado por um único atleta; classe Sonar, com três velejadores; e o SKUD-18, para dois tripulantes paraplégicos, sendo obrigatoriamente um deles do sexo feminino. O esporte pode ser praticado por pessoas com vários tipos de deficiência.

De acordo com o Presidente da Federação Brasiliense de Vela Adaptada, Mauro Osorio, a vela adaptada se destaca pelo papel social na vida das pessoas com deficiência. “As atividades realizadas no Projeto Vela Para Todos tem coroado um grande trabalho de inclusão e os atletas têm participado de competições nacionais e internacionais, além dos ganhos pessoais, em melhoria da qualidade da vida, equilíbrio motor e superação nas atividades da vida diária. Esse esporte tem transformado vidas”, comenta. O projeto visa atender todas as pessoas que tenham interesse pela vela. “A ideia era encontrar pessoas que quisessem não só aprender a velejar para competir mas também que quisessem fazer atividades lúdicas. Essa é a vantagem da vela porque pode ser competitiva e também para lazer, você não pode jogar basquete e passear ao mesmo tempo”, brinca.

Competição

Estevão Lopes, 41, é um dos atletas que vai competir amanhã. Em 2012 a vida dele mudou completamente quando foi atingido por uma bala perdida, saindo do aniversário do amigo e se tornou cadeirante. Durante o período de recuperação e reabilitação ele descobriu a vela adaptada e nunca mais trocou o esporte. Ele é hoje uma das maiores referências do esporte na capital. “A partir do acidente a minha vida mudou, mas para melhor. A tragédia virou uma história de superação. Minha vida hoje é 10 vezes melhor do que antes”, conta ele. Apesar da experiência no esporte o nervosismo é comum. “Como toda competição dá um frio na barriga, mas como sou competitivo eu vou dar o meu melhor”

Miguel Mesquita, 22, descobriu a vela por meio de um tio há alguns anos atrás. Assim que experimentou o esporte se apaixonou e decidiu competir sempre que possível. “É aquela sensação de liberdade, só você o barco, de poder fazer que quiser”, conta. Apesar da dificuldade no início hoje ele se sente confiante praticando o esporte e competindo. “A vela me ajudou fisicamente e também emocionalmente, aprendendo a trabalhar em grupo porque quando a gente precisa temos o apoio da equipe e também dos colegas”, relata.

Foto: Divulgação

Tóquio 2020

Em 2015 a modalidade foi retirada da lista de esportes que acontecerão entre 25 de agosto a 6 de setembro nas Paralimpíadas de Tóquio em 2020. A decisão foi anunciada pelo Comitê Paralímpico Internacional (IPC, na sigla em inglês) e foi tomada porque o esporte não atingiu critérios mínimos de alcance mundial do IPC. Para a permanência do esporte no campeonato é necessário que esportes coletivos sejam regularmente praticados em pelo menos 24 países e em três regiões, já os esportes individuais, em 32 países e três regiões.

Para o presidente da Federação a retirada da modalidade não afeta o trabalho que eles construíram no esporte. “Independente de ser um esporte paraolímpico ou não os atletas vão se esforçar. E quando o esporte saiu da lista traçamos novas metas, focando nos campeonatos mundiais”, conta.

Copa BRB de Vela Adaptada
Horário: 9h às 12h
Endereço: Clube Nipo Setor de Clubes Esportivos Sul Trecho 1 Lote 1, Asa Sul, Brasília – DF
Entrada Franca

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