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Torcida

Ele pede calma; Modinha acabando

Redação Jornal de Brasília

24/02/2020 12h10

Márcio Fernandes, novo técnico do Brasiliense, foto : Agência Brasil

Olavo David Neto e Petronilo Oliveira
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Há uma semana, a Entrelinhas confirmava com a presidente do Brasiliense, Luiza Estevão, a troca no comando do clube de Taguatinga. Como a coluna normalmente é feita pela manhã, a dirigente não confirmava que Márcio Fernandes iria assumir a comissão técnica do time. Entretanto, às 16h, a notícia foi confirmada. Dois dias depois de ser anunciado, já dirigiu a agremiação diante do Luziânia, no Serra do Lago, saiu de campo com vitória por 3 x 2. E com o Carnaval rolando, a bola deu uma parada e só volta a rolar no fim de semana, quando o Jacaré enfrenta o vice-líder Real Brasília, às 15h30 no Defelê.

A Entrelinhas bateu um papo com o treinador sobre a estreia, olho aberto para contratações e a pressão que existe no Brasiliense, mesmo sendo um clube novo e sem muito torcedor, visto que seu antecessor Mauro Fernandes só teve uma derrota em jogo oficial, se desentendeu com um dirigente e saiu. “Essa pressão existe em todo lugar. Tem que vencer sempre. Faz parte da cultura do futebol brasileiro. Eu mesmo estive no Brasiliense em 2013, perdi pro Brasília no primeiro turno, mas o seu Luiz não mudou. Ele viu que o trabalho estava sendo bem feito e depois colheu os frutos porque nos tornamos campeões. Espero que mantenha essa confiança até o final e que a gente conquiste o título”, disse Márcio.

O treinador acredita que a estreia com vitória foi bom para diminuírem os boatos nos bastidores e, como consequência, os jogadores terem mais paz para trabalhar nessa semana inteira sem jogos. “Naturalmente estrear vencendo é sempre bom. Até que vamos ter uma semana de trabalho sem muito falatório. Dá tranquilidade, confiança aos jogadores. Isso é importante, né? O time vinha de um resultado negativo (derrota para o Gama por 2 x 1 no Serejão), de uma desclassificação (Copa do Brasil) e os jogadores estavam um pouco pra baixo. Mas muitas vezes quando tem um novo treinador, os atletas aumentam a concentração, querem mostrar serviço e isso foi fundamental para conseguirmos essa vitória. Fizemos 1 x 0, logo em seguida levamos o empate, aí poderia ter complicado. Mas os jogadores reagiram rapidamente. E agora temos uma semana de trabalha, onde podemos dar uma melhorada e alguns aspectos”, discursou.

A respeito de contratações, Márcio Fernandes prefere esperar um pouco mais para solicitar atletas à direção do clube. “Quanto a isso daí (contratar jogadores para posições que considere carente), o seu Luiz sempre deu carta branca. A gente sugere e ele corre atrás para trazer. Mas o tempo ainda é curto. Cheguei agora. Vamos analisar melhor o grupo antes de tomar decisões”.

Modinha…

Ele ainda comentou sobre a onda que tomou conta do futebol brasileiro de valorizar os técnicos de fora após excelentes trabalhos de Jorge Jesus no Flamengo e Jorge Sampaoli no Santos em 2019. “Isso é moda. Já teve moda de ser sempre técnico experiente, pois só eles aguentariam a pressão. Depois veio a moda dos técnicos mais novos por serem estudiosos. Aí agora veio a moda dos técnicos estrangeiros, aí os brasileiros passam a não ser tão valorizados. Não pode ter uma generalização. Nem tudo é bom lá fora e nem tudo é ruim aqui dentro. Tem que estudar cada trabalho, não pela idade, nem pelo fato de ser estrangeiro, mas se o trabalho é bem feito diariamente”, completou.

…sendo desfeita

E a moda de contratar estrangeiros já foi por água abaixo em um clube brasileiro e está bem perto de acontecer em outro. O português Augusto Inácio chegou em janeiro ao Avaí e foi demitido após ser eliminado na Copa do Brasil. Se continuar com um futebol medíocre, desagradando os jogadores, torcedores, direção, a carreira de Jesualdo Ferreira será bem curta no Santos. Futebol é dinâmico e o time do Santos é estático e pragmático.

Foto: Ivan Storti/Santos FC

 

Mercenários?

Torcedores são movidos de amoré muitas vezes falam besteira quando estão debatendo sobre o time que torcem, principalmente quando estão em baixa. O Cruzeiro teve a pior gestão da sua história, tinha o elenco mais caro da Série A, atrasou de salário a direito de imagem de todos os jogadores e agora os atletas estão entrando na Justiça para cobrar o que a eles é devido. E torcedores os chamam de mercenários. Chama Fred de cone, velho, “só fica paradão lá na frente”. Nada disso é mentira, mas o errado é quem contrata ainda mais sem poder pagar. O cara pode ser milionário, mas se estão em dívida com ele, que paguem.

Foto: Vinnicius Silva/Cruzeiro

O mesmo ocorre com o Vasco. A entrelinhas viu comentários em matérias sobre jogadores do Vasco reclamando de salários atrasados e a galera cruz-maltina, escrevendo coisas do tipo: “os caras nem correm e ainda querem receber”. Mais uma vez a culpa é da falta de planejamento da direção: montar um time sem ter como honrar os compromissos no dia certo.

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