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Champions League abre nova década com favoritismo espanhol no passado

De 2011 para cá, foram seis títulos divididos entre os dois gigantes espanhóis, além da participação do Atlético de Madrid (ESP) em duas finais do torneio

Redação Jornal de Brasília

19/10/2020 16h22

Bruno Rodrigues
São Paulo, SP

A Champions League se acostumou a ver sua história contada pelo domínio espanhol nos últimos 20 anos. Especialmente na última década, quando Real Madrid (ESP) e Barcelona (ESP) assumiram favoritismo constante na busca pelo título europeu.

De 2011 para cá, foram seis títulos divididos entre os dois gigantes espanhóis, além da participação do Atlético de Madrid (ESP) em duas finais do torneio.

Contudo, após esse período de soberania do país, a Champions abre nesta terça-feira (20), com a fase de grupos da temporada 2020/2021, sua primeira disputa em muitos anos sem o protagonismo pré-definido de Barça ou Real. O torneio é transmitido no Brasil pelos canais TNT e Space, Facebook e EI Plus (streaming pago).

Na edição finalizada no último mês de agosto, com jogos únicos em Lisboa a partir das quartas de final por conta da pandemia, nenhuma equipe espanhola figurou entre as semifinalistas. Foi a primeira vez que isso aconteceu desde 2006/2007.

O Real Madrid caiu para o Manchester City nas oitavas de final, e o Barcelona, apesar de ter ido mais longe que o rival, foi eliminado nas quartas com a histórica goleada de 8 a 2 sofrida para o Bayern de Munique (ALE), que seria o campeão.

A queda vexatória na Champions resultou na troca de comando do time catalão. Quique Setién foi demitido e o clube contratou Ronald Koeman, ídolo do Barça e campeão europeu como jogador.

O holandês chegou para uma reformulação no elenco que, por pouco, não teve também a saída de Lionel Messi, cuja vontade de deixar o Barcelona foi manifestada publicamente. Uma multa contratual segurou o argentino por pelo menos mais um ano na Catalunha.

Com o desafio de dar uma nova cara à equipe e fazer atletas como Antoine Griezmann e Philippe Coutinho renderem em alto nível, Koeman reconhece que o quadro atual não é o mesmo de outras temporadas, nas quais os catalães iniciavam a Champions como postulantes ao título.

“Estando no Barcelona é preciso jogar para ganhar títulos, na liga e na Europa. Mas existem outras equipes fortes e é preciso demonstrar [força]. Depois do que aconteceu não somos o máximo favorito, mas podemos chegar longe”, afirmou o treinador holandês.

Na rodada do Campeonato Espanhol do último fim de semana, o Barcelona foi derrotado pelo Getafe, enquanto o Real Madrid perdeu para o recém-promovido Cádiz.

O time de Zinedine Zidane, atual campeão nacional e técnico responsável pelo tricampeonato europeu entre 2016 e 2018, já não é protagonista da Champions League há duas temporadas. Além da queda para o City, o Real caiu também nas oitavas de final em 2018/2019, para o Ajax (HOL).

Coincidência ou não, as duas eliminações aconteceram após a saída de Cristiano Ronaldo para a Juventus (ITA). O português foi artilheiro do torneio em seis temporadas e conquistou quatro títulos com a camisa do clube de Madri.

Sua transferência à equipe de Turim, aliás, foi a grande cartada dos italianos na tentativa de voltar a brigar por taças europeias. Nas duas temporadas da Champions com o reforço do atacante até aqui, porém, o clube não passou das quartas de final.

Mas a perda de força dos gigantes espanhóis pode abrir um caminho para a Juventus, que tem concentrado seu projeto em voltar a ser competitiva no cenário internacional.

Eneacampeão italiano de forma consecutiva, o clube chegou à decisão da Champions em 2014/2015, contra o Barcelona, mas não levanta o troféu desde 1995/1996.

“Como eu disse várias vezes nos últimos anos, a Champions League era um sonho, mas agora precisa ser um objetivo”, afirmou Andrea Agnelli, presidente da Juve, após a eliminação na última edição.
Outro clube que domina a sua liga e tem o projeto claro de conquistar o título europeu é o Paris Saint-Germain (FRA), sete vezes campeão francês nas últimas oito temporadas da Ligue 1.

Em agosto, o PSG aproveitou o formato de jogos únicos em Lisboa e chegou à sua primeira decisão de Champions na história. Na final, perdeu para o Bayern de Munique por 1 a 0, gol de Kingsley Coman.

O trunfo dos parisienses para seguir brigando no topo da elite europeia é a permanência de Neymar, que decidiu ficar no clube para esta temporada e quer levá-lo a uma nova decisão. “Fico com a ambição de chegar à final novamente e, desta vez, ganhá-la. Gosto da ideia de fazer tudo ao meu alcance para colocar meu nome nos livros de história do clube”, disse o brasileiro.

Quem sorri com os insucessos e o momento de baixa da dupla espanhola é o Bayern, atual vencedor do torneio e potência histórica do futebol europeu, dono de seis taças da Champions League.

Assim como a Juventus e o Paris Saint-Germain, os bávaros protagonizam um cenário de domínio total em sua liga, com oito títulos seguidos no Alemão, mas ao contrário de seus pares também conseguem ser fortes quando jogam além de suas fronteiras.

Nessas duas décadas de Barcelona e Real Madrid lutando pelo lugar mais alto na elite, o Bayern alcançou cinco finais do torneio e conquistou três títulos. Depois dos espanhóis, foi o clube de maior sucesso na Champions no período e levantou a taça da última temporada vencendo todas as partidas do torneio.

Com quatro campeões e 11 finalistas no século, a Inglaterra teve seu grande momento na segunda metade da década de 2000. Entre 2005 e 2009, o país colocou seis clubes em finais e teve dois campeões: Liverpool (ING), em 2004/2005, e Manchester United (ING), em 2007/2008.

Recentemente, os times ingleses recuperaram relevância internacional e voltaram a aparecer nas instâncias mais decisivas da competição. Em 2018/2019, Liverpool e Tottenham (ING) disputaram o título, que ficou com a equipe de Jürgen Klopp, vice-campeã na temporada anterior para o Real Madrid.

Agora, sem o protagonismo espanhol do passado recente, a Champions League apresenta esse cenário de favoritismo diluído.

Para este início da competição, a Uefa estabeleceu um protocolo sanitário que permite a volta do público aos jogos, com uma taxa de ocupação de até 30% da capacidade dos estádios. A utilização do protocolo depende da autorização de cada país, que pode vetar a presença de público ou diminuir a porcentagem da capacidade permitida.

No último mês de setembro, a entidade colocou o plano em prática na final da Supercopa entre Sevilla (ESP) e Bayern. Em partida disputada na Hungria, 15.180 torcedores assistiram à vitória dos alemães sobre os espanhóis na Puskás Arena, em Budapeste.

Apesar do retorno aos estádios, torcedores visitantes ainda não estão liberados para assistirem a seus times fora de casa na Champions.

A Uefa insiste para que as pessoas respeitem o distanciamento social nas arquibancadas e utilizem máscaras durante toda a partida.

As informações são da Folhapress

 

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