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CAS rejeita recurso de americanas para defender a Nigéria no basquete em Tóquio

Corte Arbitral rejeitou o recurso das duas jogadoras, que queriam defender a seleção nigeriana para divulgar o basquetebol no país africano

Redação Jornal de Brasília

20/07/2021 7h15

Atletas da WNBA, liga americana de basquete feminino, Nneka Ogwumike e Elizabeth Williams não jogarão pela Nigéria na Olimpíada. A Corte Arbitral do Esporte rejeitou o recurso das duas jogadoras, que queriam defender a seleção nigeriana porque, apesar de serem americanas, têm pais nigerianos, tornando-as cidadãs nigerianas por descendência.

As duas pediram à CAS que lhes concedesse uma permissão provisória e as adicionasse à lista dos Jogos de Tóquio até que uma audiência pudesse ocorrer. A dupla foi notificada na semana passada pela Federação Internacional de Basquete (Fiba) de que sua petição para jogar pela Nigéria foi negada em razão de seu “envolvimento significativo” com o basquete dos Estados Unidos.

“A Fiba reconhece a decisão de hoje da Corte Arbitral do Esporte de rejeitar o pedido de medidas provisórias”, disse a organização que rege o basquete mundial.

Ogwumike e suas irmãs têm dupla cidadania dos Estados Unidos e da Nigéria e acreditavam que deveriam se qualificar para representar o país no Japão. Os pais de Ogwumikes, Peter e Ify, nasceram na Nigéria e vieram para os Estados Unidos antes do nascimento de suas filhas.

O técnico da Nigéria, Otis Hughley Jr., achou que elas deveriam ter tido permissão para jogar. Ele fez um apelo apaixonado depois que o time perdeu para os Estados Unidos no domingo para deixá-las jogar. Williams participou daquele jogo de exibição, mas Ogwumike e sua irmã Chiney não. Elas estavam no banco torcendo por suas companheiras.

“Dê a elas a oportunidade de ajudar a desenvolver o jogo”, disse Hughley. “Aquele continente seria apenas virado de cabeça para baixo para o basquete. No bom sentido, você não tem ideia de quantas vidas seriam impactadas e mudadas com o passar dos anos”.

Hughley disse estar preocupado com o fato de o motivo da negação da Fiba vir de outros países que acham que têm chance de medalha. “Eles não previram que estaríamos naquela posição”, argumentou o treinador. “Então, há algumas coisas acontecendo que ninguém vê e ninguém fala sobre. Isso atrapalha a integridade. Vai alcançar quem está fazendo isso. É simplesmente errado. Eu sei que a Fiba é melhor do que isso. Faz muito tempo que faço parte deles; é uma grande organização”, reclamou.

Chiney Ogwumike recebeu a permissão de jogar pela Nigéria como jogadora naturalizada. Ela havia pedido à CAS que mudasse isso para dar seu status de nigeriana – o mesmo de sua irmã Erica, que também está no elenco da seleção africana – já que cada país só pode ter um jogador naturalizado. A CAS também negou esse recurso.

Geralmente, a Federação Internacional de Basquete não permite mudanças de seleção após os atletas atingirem os 17 anos. No entanto, se a alteração é para o interesse do desenvolvimento do basquete, há uma exceção. Por isso, o trio fez um apelo à Corte Arbitral do Esporte alegando que sua participação na equipe nigeriana, que já conta com Erika Ogwumike, uma das quatro irmãs da família, melhoraria a performance do time e aumentaria a proeminência do esporte.

Nneka Ogwumike competiu pelos Estados Unidos no Mundial de 2018, torneio no qual as americanas venceram a Nigéria nas quartas de final. Ela esperava entrar na lista dos EUA para os Jogos de Tóquio, mas foi deixada de fora da equipe. Ela estava lidando com uma lesão no joelho sofrida no início do mês passado.

A estreia da seleção nigeriana na Olimpíada será justamente contra os Estados Unidos, no dia 27 de julho, próxima terça-feira.

Estadão Conteúdo

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