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Entrevista: Jady Malavazzi

Hoje conversei com a Jady Malavazzi, nossa atleta paralímpica de Brasília e estudante de gestão financeira.

Leonardo Buarque

17/08/2021 17h54

Atualizada 18/08/2021 16h45

Jady Malavazzi. Foto: Divulgação

Jady Malavazzi. Foto: Divulgação

Léo Buarque: Jady, acompanho seu trabalho e dedicação algum tempo, mas poucos sabem de onde vem essa foça e dedicação. Como o esporte entrou na sua vida e o que ele trouxe de aprendizado para você?

Jady Malavazzi: O esporte sempre fez parte da minha vida desde criança, na escola eu sempre Gostava de participar de tudo, depois que eu sofri um acidente quando eu tinha 12 anos e o esporte entrou de uma maneira diferente na minha vida fazendo parte da minha reabilitação então foi no hospital em que eu conheci o esporte paraolímpico, comecei com basquete em cadeira de rodas e foi o meu técnico de basquete que me apresentou o paraciclismo, a handbike, isso aconteceu no final de 2010 e em 2011 eu comecei os treinamentos, foi um início difícil até eu conseguir comprar uma handbike, um valor muito alto e na época a tínhamos poucas informações sobre o esporte e os equipamentos eram todos importados, mesmo assim busquei informações e desde então não larguei mais.

O esporte transformou completamente minha vida, trouxe oportunidades que eu nunca imaginei ter e também me fez aprender muita coisa, para você ser um atleta você tem que saber lidar com frustrações, encontrar soluções onde parece não ter solução, atleta é uma profissão que depende dedicação 24 horas, não é apenas treinar, é descansar, é comer bem, abdicar de muita coisa por um objetivo, então o esporte mais do que qualquer outra coisa ensina que para você conseguir atingir seus objetivos você tem que se dedicar muito, ter paciência e não desistir na primeira dificuldade, nem na segunda e nem na terceira, consistência, dedicação e resiliência.

Jady Malavazzi. Foto: Divulgação

Leo Buarque: E como surgiu essa parceria com o Mackenzie?

Jady Malavazzi: Hoje eu sou patrocinada pelo Mackenzie e também faço parte do programa de bolsa atleta do governo federal, são dois patrocínios fundamentais para minha profissionalização no esporte.

O Mackenzie entrou na minha carreira em 2016 na preparação para os jogos paralímpicos de do Rio e é uma parceria que fez toda a diferença no meu desenvolvimento, com esse patrocínio eu consigo ter uma equipe multidisciplinar completa, consigo manter parte dos gastos com minhas viagens, 2018 foi com o patrocínio do Mackenzie que eu consegui comprar uma nova handbike, o paraciclismo é um esporte muito caro e para estar ao nível Mundial é fundamental você ter um bom equipamento, que na grande maioria são importados, com certeza sem o patrocínio Mackenzie eu não teria me desenvolvido o tanto que eu me desenvolvi nos últimos anos, tenho um orgulho imenso de fazer parte da família Mackenzie, uma instituição de grande valor que apoia o esporte brasileiro há muitos anos.

E também a bolsa atleta do governo federal, muito importante para eu poder me dedicar exclusivamente ao esporte.

Leo Buarque: Você está estava fazendo uma Rifa a alguns dias. Conta-me um pouco sobre os seus patrocínios e as dificuldades que você enfrenta para participar das competições.

Jady Malavazzi: Como falei acima hoje eu tenho dois patrocinadores, Mackenzie e bolsa atleta, faço sempre um planejamento anual de gastos e infelizmente para os jogos eu tive gastos extras e por isso recorri à rifa online, o objetivo da rifa foi para troca de algumas peças da minha bike, gastos referente a viagem, é tudo por conta da confederação e do comitê paralímpico, então essa rifa foi especificamente para atualização do equipamento, fazer uma campanha assim não é fácil, é sempre um desgaste, ainda mais próximo aos jogos, mas foi a saída que eu encontrei para eu conseguir trocar as peças da handbike.

Além dos patrocínios, eu tenho alguns apoiadores que me ajudam reduzindo os gastos do dia a dia. Manter-se em alto rendimento é extremamente caro, equipamentos, equipe e viagens, além disso, na minha opinião o atleta precisa de tranquilidade para se desenvolver.

Em 2016 logo após os jogos eu montei um projeto de patrocínio e enviei mais de 100 e-mails, na época eu recebi três respostas negativas então é algo bastante frustrante.

TBT do campeonato mundial

Léo Buarque: Eu sempre finalizo perguntando ao atleta, o que falta para o desenvolvimento do esporte paraolímpico em Brasília e em especial para o ciclismo paraolímpico?

Jady Malavazzi: Maior dificuldade que temos para o desenvolvimento da modalidade é o acesso a handbike, o custo é muito alto para iniciar e grande maioria das pessoas não têm condições de adquirir uma bicicleta.

Galera, esse foi o nosso bate-papo com Jady que logo embarca para Tóquio! Sucesso, Jady! Estaremos aqui na torcida por você! 

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