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Brasileira é a 1ª mulher a arbitrar basquete masculino em Olimpíadas

Em 2018, Andreia Silva foi a primeira mulher a conquistar a licença black, qualificação para apitar quaisquer jogos internacionais

Redação Jornal de Brasília

29/07/2021 0h01

FOLHAPRESS

A brasileira Andreia Silva se tornou a primeira mulher a apitar um jogo masculino na história dos Jogos Olímpicos. Nesta quarta-feira (28), em Tóquio-2020, ela esteve à frente da arbitragem na vitória da seleção dos EUA contra o Irã.

Andreia, de 41 anos, é uma pioneira. Em 2018, foi a primeira mulher a conquistar a licença black, qualificação para apitar quaisquer jogos internacionais, seja de homens ou mulheres, pela Fiba (Federação Internacional de Basquetebol). No processo de preparação para as Olimpíadas de Tóquio, arbitrou o Mundial Sub-19 e foi aprovada nos testes físicos.

“Comemorei muito tudo isso. É como se a Fiba estivesse olhando para o árbitro não pelo gênero, mas sim pela capacidade. E, se eu consegui, outras podem conseguir também”, disse. Ela integra uma equipe com outras quatro árbitras que estão aptas para atuar em Tóquio.

A brasileira tem vasta experiência na arbitragem. Começou em 2003, em jogos infantis em São Paulo e, em 2009, já apitava jogos masculinos no basquete nacional. Em 2011 foi eleita a revelação da arbitragem brasileira.

Um ano antes, havia iniciado a carreira internacional. Acumulou participações nos mais importantes campeonatos do mundo, tendo arbitrado a final do Mundial adulto feminino e dos Jogos Pan-Americanos de Lima. Antes ir para Tóquio, Andreia também foi a primeira mulher na arbitragem da final masculina da Copa Intercontinental de clubes.

A estreia de Andreia na disputa masculina foi nesta quarta, mas ela já havia atuado em partidas femininas, dando sequência ao trabalho de outras duas árbitras. A Fiba já havia escalado duas brasileiras para trabalhar em Olimpíadas: Tatiana Steigerwald foi a Atenas-2004 e Fátima da Silva, em Pequim-2008. O Brasil, que não conseguiu classificar suas duas seleções para os Jogos de Tóquio, tem Guilherme Locatelli como o outro representante da arbitragem.

Andreia é natural de Bauru e foi para a capital paulista para fazer o curso de arbitragem da Federação Paulista aos 19 anos, após não dar continuidade na carreira de atleta. Morou de favor na casa de uma amiga até não conseguir mais ajudar no aluguel, quando foi despejada.

Ela conta que chegou a precisar escolher o que fazia com o dinheiro da arbitragem: comer ou pagar a condução de volta para casa. Em meio a tantas dificuldades, considerou a possibilidade de desistir do sonho de trabalhar com o basquete.

Então surgiu a figura do ex-árbitro Geraldo Fontana, atual diretor de árbitros da Fiba. Foi ele quem apostou no potencial de Andreia e a ajudou em busca do sonho de se profissionalizar. Com o apoio, foi aprimorando e lapidando o talento, e então começou a sua escalada pelos níveis do basquete brasileiro e, depois, internacional.

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