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Aos 36 anos, Marcos Aurélio está próximo de mais um título na carreira

Meia é destaque do Brasiliense, finalista do Candangão 2020. Jacaré é o vigésimo clube de Marcos Aurélio

Willian Matos

28/08/2020 9h06

Marcos Aurélio, meia do Brasiliense

Marcos Aurélio, meia do Brasiliense. Foto: Júlio César Silva/Esportes Brasília

36 anos. 20 clubes. 13 títulos. É esse o resumo da carreira de Marcos Aurélio. Agora, atuando nos gramados do Distrito Federal, o meia está prestes a levantar mais uma taça: a do Campeonato Candango de 2020.

A carreira é tão movimentada que a memória falha quando a pergunta é a quantidade de títulos. “Creio eu que devo ter entre 12 a 14”, cita o meia, em entrevista ao Jornal de Brasília. Na verdade, são 13 — 12 no futebol brasileiro e um na Coreia do Sul. Para chegar ao décimo quarto, basta que o Brasiliense não perca de dois ou mais gols de diferença no próximo sábado (29), no estádio Bezerrão, no jogo de volta da final do Candangão contra o Gama.

Na atual temporada, defendendo o Brasiliense, o meia tem seis gols, sendo cinco pelo Candangão e um pela Copa do Brasil. No primeiro jogo da final, o Jacaré venceu por 3×1, e os três gols do time amarelo saíram de bolas paradas nos pés de Marcos Aurélio.

Brasiliense x Gama

Meia foi destaque no 3×1 em cima do Gama, na última quarta (26). Foto: Gabriel L. Mesquita/SE Gama

Marcos Aurélio deu os primeiros passos no futsal, onde atuou dos 10 aos 16 anos. “Eu jogava em uma escolinha lá de Cuiabá-MT, minha terra natal, quando decidi ir para São Paulo aos 18 anos”, comenta. No futebol, o meia começou na base do Corinthians. Depois, se transferiu para o União Barbarense, onde atuou pelo profissional pela primeira vez. A partir dali, começava, de fato, a carreira.

Dentre as 20 camisas que Marcos Aurélio vestiu até aqui (Santos, Internacional, Athletico Paranaense, Botafogo-PB, entre outras), o meia destaca duas com carinho: a do Coritiba e a do Sport. “São dois clubes pelos quais tenho carinho, respeito e gratidão imensos.”

“Nossa ferramenta é o corpo”

Perguntado sobre o segredo para estar em forma e motivado aos 36 anos, o jogador sinaliza que concentração e foco são fundamentais. “Nossa ferramenta é nosso corpo. Concentrar, se cuidar, descansar e treinar são os alicerces de uma boa carreira”, afirma. “Nunca fui de ficar me machucando. Gosto de treinar, não gosto de ser poupado, de ficar de fora de treino, de jogo”, complementa.

Uma das principais armas de Marcos Aurélio é a bola parada. Ele acredita que foi agraciado com o dom de bater bem na bola, mas, segundo o atleta, “a perfeição se aperfeiçoa treinando”. Na visão do meia, a figura do exímio batedor de faltas está em extinção no futebol brasileiro. “O futebol anda pedindo muita força física, e acho que isso fez com que os meias clássicos, como Alex, Ronaldinho Gaúcho, Paulo Henrique Ganso, sumissem”, avalia.

Marcos Aurélio afirma estar ambientado com o Distrito Federal e ter bom relacionamento com o elenco do Brasiliense, que é repleto de craques como Douglas, Zé Love, Neto Baiano, Badhuga, Fernando Henrique, entre outros. Agora, o foco é na final! Para conquistar o título e não permitir que o Gama reverta a vantagem do Jacaré, o meia nem pensa em se escorar no regulamento. “Para não termos surpresa, vamos jogar com o mesmo empenho e disposição do primeiro jogo”, afirma. “Clássico não tem favorito”.

Confira outros trechos da entrevista com Marcos Aurélio:

Dos times pelos quais você passou até então, qual te marcou mais?

Primeiro, o Coritiba. Depois, o Sport. Até hoje, quando eu vou a Curitiba-PR sou bem recebido, e quando vou a Recife-PE também. Isso para um atleta profissional é tudo: ser reconhecido pelo que você fez pelas alegrias que você deu ao clube.

Muitos jogadores que vêm para o Distrito Federal passam a gostar daqui pela calmaria, se comparado a outras unidades da federação. Você já se adaptou à capital?

Me adaptei muito bem. Sou uma pessoa muito tranquila. Eu, minha esposa e minha filha gostamos muito de Brasília. É uma cidade muito bonita, aconchegante, acolhedora… me sinto bem.

Como é sua relação com as outras estrelas do elenco do Brasiliense?

Tranquila. Já tive o prazer de jogar com o Neto [Baiano] e com o Zé [Love], e agora estou tendo esse privilégio de jogar com o Douglas. Quando o elenco tem jogadores inteligentes, de alto nível, que já jogaram em clubes grandes, isso facilita o convívio e o entrosamento.

E quanto aos atletas mais novos, você dá dicas para eles?

Em todo clube que passei, sempre fui de aconselhar. Procuro sempre tá conversando com eles para eles fazerem o certo. São meninos que a gente vê que tem futuro, tem talento e uma carreira imensa pela frente. Nossa carreira é curta, então tem que saber aproveitar.

Brasiliense FC

Com a camisa 10, Marcos Aurélio usa a experiência para agregar valor ao elenco do Jacaré. Foto: Júlio César Silva/Esportes Brasília

Depois que chegou ao Brasiliense, já recebeu propostas de outros clubes?

Propostas e convites sempre vão aparecer. Isso é resultado do que você faz em campo. 

Você ainda treina muito bola parada?

Sempre procuro treinar. Deus me deu o dom de bater bem na bola, mas a perfeição se aperfeiçoa treinando. Treino muito bola parada, falta, chute a gol… Os treinamentos me dão condições para chegar nos jogos e executar bem.

No Brasil, tá faltando aquele meia clássico que sabe bater falta?

A gente sente falta, né? Daquele jogador que bate bem na bola, bate falta. Tanto é que nos jogos que você vê, saem poucos gols de falta. Hoje em dia, o futebol requer muita força física, e isso fez com que os meias clássicos, como Alex, Ronaldinho Gaúcho, Paulo Henrique Ganso, sumissem.

Agora, sobre a final. Qual vai ser a postura do time no próximo sábado?

A gente tem uma vantagem muito importante, mas não vamos nos apegar nela. Estamos cansados de ver exemplos de times que entram em campo com regulamento embaixo do braço e acabam tendo surpresas. Para que isso não aconteça, vamos jogar com o mesmo empenho e disposição do primeiro jogo. Clássico não tem favorito. Espero que todos os jogadores entrem [em campo] com o pensamento de fazer uma das melhores partidas pelo Brasiliense.

O time já pensa na Série D?

Não é o momento, temos uma decisão pela frente. Mas devemos começar a pensar na próxima semana.

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