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Saúde

Especialistas alertam para importância de acompanhamento psicológico e exercícios físicos no processo de emagrecimento

Educadora Física e Psicóloga da Clínica Ravenna falam sobre emagrecimento em tempos de pandemia

Redação Jornal de Brasília

16/09/2020 15h53

Emagrecimento

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É bastante comum o emocional interferir na forma como as pessoas se alimentam e se exercitam, atuando, assim, positiva ou negativamente no peso e na qualidade de vida. Durante a quarentena, muitos saíram de seus “normais” e ganharam peso, além de terem ficado mais ansiosos, estressados e até mesmo apreensivos. Sabendo disso, a Psicóloga Tahiná Lameiras, do Centro Terapêutico Dr. Máximo Ravenna, explicou um pouco da importância de manter um acompanhamento psicológico durante o processo de emagrecimento, em especial em tempos de pandemia. “É como se as pessoas utilizassem a comida (especialmente comida gordurosa, sobremesas, etc) para aliviar o mal-estar. O problema é que a sensação de prazer que se tem ao comer costuma durar apenas poucos segundos, então não é um método eficaz para anestesiar nossas emoções”, diz. Aí entra o papel do Psicólogo, que ajuda a centrar a mente das pessoas, para que elas não extrapolem.

“Por outro lado, encarar essas emoções, aprender a lidar com nossa ansiedade, nossa tristeza e até mesmo com nosso tédio nos ajuda a precisar menos da compensação com a comida”, indica. Na pandemia, essa relação perigosa com os alimentos tem sido ainda mais desafiadora para algumas pessoas, uma vez que outras fontes de prazer, diversão e interação estão bem mais limitadas. Além dessa restrição, muitos são tomados pela preocupação com o futuro próximo, medo de se contaminar, medo de morrer ou perder pessoas próximas. “Tudo isso pode deixar algumas pessoas num nível de sofrimento ainda maior e, consequentemente, surge uma demanda maior por alívio. A comida alivia esse mal-estar, mas não resolve nada”, conta. Muitas pessoas relatam estar desmotivadas para seguir com um plano alimentar ou até mesmo com atividade física no contexto atual. “Por outro lado, considerando o mesmo contexto, cuidar da alimentação e manter uma atividade física pode trazer a sensação de conseguir controlar algo, cuidar de algo num momento em que controlamos poucas coisas”, explica.

Tahiná aconselha tentar seguir uma rotina de autocuidado, mesmo em dias atípicos, para ajudar a aliviar a angústia. “Sobre a motivação para voltar a cuidar da alimentação ou a fazer exercícios físicos, acredito que esperar esse ânimo é contraproducente, no entanto pode ser muito válido retomar a rotina mesmo sem muita vontade pois o resultado disso é que tem grande potencial de ser motivador”, argumenta. Ou seja, a pessoa retoma a disciplina sem se sentir motivada, aos poucos vê o resultado e então se motiva a continuar. De quebra, o tempo que a pessoa gasta no exercício físico, cozinhando ou planejando um cardápio saudável é um tempo de foco no presente, no que se pode fazer, do que se pode controlar mesmo em meio ao caos que estamos vivendo, e isso por si só pode ser extremamente terapêutico.

A Educadora Física Valéria Leonhardt, também do Centro Terapêutico Dr. Máximo Ravenna, diz que é perfeitamente possível fazer atividades físicas dentro de casa, em espaços reduzidos, e obter excelentes resultados. “Não necessariamente há a necessidade de usar altas cargas, é possível aumentar a isometria no movimento, reduzir os tempos de intervalos entre um exercício ou outro, usando o peso do próprio corpo, sem precisar de material algum”, explica. É importante buscar um profissional adequado, pois ele tem qualificação para adequar o tipo de exercício às restrições do paciente, adequar as demandas e fazer mudanças para que o corpo esteja sempre precisando de adaptação. “Esse olhar, só o profissional tem para desenvolver esses treinos”, diz.

Segundo Valéria, os exercícios físicos também impactam a saúde mental. “Há a liberação de neurotransmissores que aumentam sensação de bem estar, reduzindo a ansiedade e a depressão. Já é comprovado que atividades físicas liberam um hormônio capaz de diminuir a ação do Covid-19”, explica. Então, o exercício físico entra como uma prevenção da doença. “A melhor forma de vencer a preguiça é propor uma rotina, ideal seria manter três vezes em dias alternados, colocar isso na agenda pessoal. Começar por atividades que trazem prazer, como caminhada ou dança, e a partir daí, incluir outros exercícios”, conclui.

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