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Qual medicamento é contraindicado em caso de suspeita de dengue

Segundo o farmacêutico Fernando Nunes, uma das classes que pode trazer riscos são os anti-inflamatórios não hormonais, como aspirina

Redação Jornal de Brasília

21/02/2024 18h39

Foto: Shammiknr/Pixabay

Medicamentos sem acompanhamento médico podem ser perigosos se acompanhados da doença.

Com a epidemia de dengue na região do Distrito Federal, dor de cabeça, enjoo, dor no corpo e febre passaram a ser problemas enfrentados por grande parte da população, de modo que a procura por medicamentos para inibir os sintomas se intensificou. A busca pelo alívio físico, no entanto, apesar de justificável, esconde um perigo à saúde. Não à toa, é tão comum que se escute, ao final de uma propaganda de remédio, a frase “este medicamento é contra indicado em caso de suspeita de dengue”.

Segundo o farmacêutico Fernando Nunes, uma das classes que pode trazer riscos são os anti-inflamatórios não hormonais, como aspirina, ibuprofeno, diclofenaco, etc. Esses remédios têm o risco de causar hemorragia ao diminuir a coagulação sanguínea. O que, combinado a uma doença que diminui a quantidade de plaquetas no sangue, estruturas responsáveis pela coagulação, pode levar a um risco sério de hemorragia. “Eles têm potencial de causar hemorragias, principalmente na região gastrointestinal.

Como a dengue pode provocar uma queda acentuada das plaquetas, esses medicamentos podem piorar o estado geral de saúde”, afirma o profissional.

Apesar da existência da vacina que previne o aparecimento da doença, a dengue permanece sem muitas alternativas de tratamento, segundo afirma Fernando. O que resta nesse momento, de acordo com o farmacêutico, é lidar com os sintomas de dor e febre, o que deve ser feito através de paracetamol e dipirona, e lidar com o enjoo, através de ondansetrona (Vonau) ou o dimenidrinato (Dramin), medicamentos comumente mais indicados pelos médicos nesses casos.

Segundo afirma, nenhum dos quatro remédios carrega chances de provocar uma hemorragia, mas destaca a importância de ficar atento à intensidade e duração dos sintomas de dengue, porque essas informações no serviço de saúde levam a um cuidado mais adequado. “É fundamental consultar o médico e o farmacêutico antes de usar qualquer medicamento”, diz.

A Secretaria da Saúde do Distrito Federal afirma que, na ausência de um medicamento próprio, o principal tratamento para a dengue é a hidratação correta, calculada de acordo com o peso, além de repouso, tudo com o devido acompanhamento médico.

Destaca ainda que, na maioria dos casos leves, a dengue tem cura espontânea após 10 dias.

A Unidade de Farmacovigilância da Anvisa alerta, ainda, que o uso indiscriminado, abusivo, ou mesmo sem uma correta indicação de medicamentos no tratamento dos sintomas da dengue pode levar a efeitos nocivos. A pasta destaca que, para que os medicamentos tenham a eficácia esperada e para que não haja um risco de intoxicação, bem como o surgimento de efeitos colaterais até mesmo fatais, deve-se preferencialmente seguir uma orientação médica.

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