Nove meses de vida. A idade do Rouge é exatamente a de uma gestação – e o sucesso desse quinteto feminino veio rápido como costuma ser, para as mães, a gravidez. Tão rápido que o disco de estréia vendeu um milhão de cópias, mais do que o último de Sandy & Junior. Mas o tempo urge, e C´Est La Vie, o segundo CD, já está no mercado devidamente introduzido pela música Brilha La Luna, assídua nas rádios. Fenômeno de mídia, as cinco cantoras preparam um salto maior com esse novo trabalho: chegar ao público de mais idade. “As crianças se identificaram muito com Ragatanga, mas, nos últimos shows que fizemos, notamos que na platéia havia mais gente de 20 e poucos anos, a nossa faixa de idade”, conta Luciana, em entrevista ao Jornal de Brasília. Uma das novidades que parece compor o novo perfil almejado é a participação de algumas das garotas na elaboração das letras de músicas do novo CD. Luciana, por exemplo, escreveu duas: Dentro de Mim e Abra o Seu Coração. “Escrever” é a maneira de dizer, já que o trabalho mantém o padrão inicial, de tomar embalo em versões de músicas originalmente compostas em outros idiomas. Mas esta é, afinal, a marca da banda: um forte acento hispânico, nome francês (rouge, além de designar a maquiagem ancestral do blush, é o mesmo que vermelho) e inspiração rítmica made in USA. Assim se apresenta a salada composta por Luciana, Karin, Fantine, Patrícia e Aline. E em C´est La Vie é mantida a fórmula de sucesso. Além de Luciana, Fantine também se aventurou a compor e transcreveu Um Dia Sem Você, um pop rock bem ao estilo das meninas. “Nosso disco vem com baladas e ritmos dançantes; um medley, afinal somos cinco pessoas diferentes”, atenta Luciana. As demais versões continuam sendo de Rick Ronadini. “O que a gente se propõe fazer é mostrar um trabalho diferenciado, resultado da influência das girls bands que existem pelo mundo”, resume Luciana sobre este novo trabalho. Isso quer dizer que, entre baladas e músicas pop, o disco permanece fiel ao padrão dançante.
Com um diferencial: C´est La Vie, em que pese o nome remetendo a canções introspectivas francesas para se ouvir fumando lentamente um cigarro depois de terminar um relacionamento de dez anos, traz inserções do zouk, ritmo original do Caribe que, como toda boa música latina, exige flexibilidade e tem ênfase no movimento dos quadris.
Precisa dizer mais? Em C´est La Vie, as meninas do Rouge – agora com visual repaginado – preparam terreno para a festa onde crianças continuam sendo bem-vindas, mas a juventude está no alvo.