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Loresta agravaria efeito estufa

Arquivo Geral

23/04/2003 0h00

O aquecimento do planeta Terra provocado pelo efeito estufa – o aumento da temperatura causado pela retenção da radiação solar na atmosfera por um cobertor de gases – poderá converter as florestas tropicais de mocinhas em bandidas. Em vez de continuarem absorvendo o elemento químico carbono, ajudando a amenizar o aquecimento global, se o clima esquentar demais, as florestas passarão a emiti-lo em grande quantidade.

Essa hipótese ganhou força agora graças a um estudo na floresta da Costa Rica, que analisou o crescimento das árvores e sua relação com a variação do carbono na atmosfera e da temperatura entre 1984 e 2000.

O carbono que interessa aos cientistas vem na forma do gás dióxido de carbono, o mesmo dos refrigerantes. Seu acúmulo na atmosfera ajuda a reter o calor da radiação solar no planeta. As árvores emitem esse gás durante a respiração, mas também absorvem carbono durante o processo de crescimento e ao captar energia solar para seu metabolismo, a chamada fotossíntese.

O problema surge quando a temperatura aumenta além de determinado ponto. As plantas passam a respirar com mais intensidade – como uma pessoa que fica ofegante. E seu ritmo de crescimento atinge um limite, a partir do qual inicia uma desaceleração.

O estudo de 16 anos foi feito na Estação Biológica La Selva, na Costa Rica, pela equipe de Deborah Clark, da Universidade de Missouri (EUA). Ela e mais três colegas publicam os resultados na pesquisa na revista da Academia de Ciências dos EUA, a Pnas (www.pnas.org).

Foram estudados espécimes de seis espécies de árvores tropicais. Os cientistas também procuraram correlacionar esses dados com a variação das emissões de gás carbono no período, além dos registros de temperatura.

O resultado foi marcante: nos anos mais quentes, por exemplo 1997/1998, as árvores na Costa Rica cresceram bem menos e houve mais emissão de dióxido de carbono nas regiões tropicais. Nesse período houve um El Niño particularmente intenso – o fenômeno climático caracterizado pelo aquecimento das águas do Pacífico ao longo da costa do Peru que afeta o clima global, provocando secas e incêndios florestais.

Apenas uma redução de 5% na fotossíntese na floresta tropical e um aumento de 10% da respiração, em um ano mais quente, colocariam 4,4 bilhões de toneladas de carbono no ar.

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    Essa hipótese ganhou força agora graças a um estudo na floresta da Costa Rica, que analisou o crescimento das árvores e sua relação com a variação do carbono na atmosfera e da temperatura entre 1984 e 2000.

    O carbono que interessa aos cientistas vem na forma do gás dióxido de carbono, o mesmo dos refrigerantes. Seu acúmulo na atmosfera ajuda a reter o calor da radiação solar no planeta. As árvores emitem esse gás durante a respiração, mas também absorvem carbono durante o processo de crescimento e ao captar energia solar para seu metabolismo, a chamada fotossíntese.

    O problema surge quando a temperatura aumenta além de determinado ponto. As plantas passam a respirar com mais intensidade – como uma pessoa que fica ofegante. E seu ritmo de crescimento atinge um limite, a partir do qual inicia uma desaceleração.

    O estudo de 16 anos foi feito na Estação Biológica La Selva, na Costa Rica, pela equipe de Deborah Clark, da Universidade de Missouri (EUA). Ela e mais três colegas publicam os resultados na pesquisa na revista da Academia de Ciências dos EUA, a Pnas (www.pnas.org).

    Foram estudados espécimes de seis espécies de árvores tropicais. Os cientistas também procuraram correlacionar esses dados com a variação das emissões de gás carbono no período, além dos registros de temperatura.

    O resultado foi marcante: nos anos mais quentes, por exemplo 1997/1998, as árvores na Costa Rica cresceram bem menos e houve mais emissão de dióxido de carbono nas regiões tropicais. Nesse período houve um El Niño particularmente intenso – o fenômeno climático caracterizado pelo aquecimento das águas do Pacífico ao longo da costa do Peru que afeta o clima global, provocando secas e incêndios florestais.

    Apenas uma redução de 5% na fotossíntese na floresta tropical e um aumento de 10% da respiração, em um ano mais quente, colocariam 4,4 bilhões de toneladas de carbono no ar.

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