As exposições bienais de artes plásticas representam um importante papel na divulgação da produção contemporânea de artistas novos e veteranos, apresentando a cada dois anos novas tendências e provocações que movimentam criadores e público. É com esse intuito que a capital da República recebe até o dia 15 de janeiro a I Bienal de Artes de Brasília. Localizada na faculdade Upis (712/ 912 Sul), a mostra concentra trabalhos – instalações, esculturas, pinturas, vídeos e outras formas de expressão artística – de mais de cem artistas, entre locais, nacionais e internacionais em aproximadamente 150 metros quadrados de exposição.
A bienal brasiliense se espelha nas consagradas bienais de São Paulo, Veneza e Roma. O projeto surgiu por inciativa de Ruy Montenegro, vice-presidente da Upis, que acredita que um evento como este “dinamiza e descentraliza a rota brasileira de produções culturais, normalmente restritas a capitais que possuem uma tradição histórica, como Rio de Janeiro e São Paulo”.
A curadoria do mostra é da artista plástica Rosane Pomnitz. “Conheci o Ruy quando expus na Upis. Ficamos amigos e ele me convidou para desenvolver com ele este projeto”, conta. Dentre os objetivos da Bienal estão a inclusão social por meio da arte, a contribuição para uma maior divulgação e maior intercâmbio entre artistas brasileiros e estrangeiros, a difusão e a preservação de valores culturais e artísticos nacionais, promoção da reflexão sobre as relações da arte e as diferentes áreas do conhecimento e a criação de um espaço para debates e trocas de experiências envolvendo arte e sociedade.
No entanto, a I Bienal de Artes de Brasília se configura de forma menos despretensiosa. “Nossa expectativa”, prevê Rosane Pomnitz, “é mostrar para o público brasiliense a arte produzida por artistas que ainda não são conhecidos por aqui, além de mostrar para fora o que tem sido produzido na cidade”.
Esta primeira edição contou com critérios de seleção menos rígidos: foram convidados a participar artistas dos quais a curadoria já tinha conhecimento do trabalho. Tantos outros foram indicados pelos próprios artistas pré-selecionados. “Em 2009 nos aproximaremos do formato das outras bienais, com premiações, temas mais específicos”, garante a artista.
Grandes nomes
Entre os participantes estão nomes famosos das artes plásticas como Athos Bulcão, Antônio Peticov, Glênio Bianchetti, Babinski, Zélio Alves Pinto e Siron Franco. Muitas das obras expostas são inéditas na cidade. “A Carmem Schmitz trouxe uma instalação dela que estava pronta para embarcara para uma exposição na Espanha”, conta a curadora.
O tema da bienal é Liberdade de Expressão, justamente para garantir a inclusão de obras das mais diversas. “Não queríamos um tema específico. Esse é um tema que engloba tudo: estilos, maneiras de pensar…”, analisa Rosane.
Para a artista plástica Beth Bettiol, uma das participantes do evento, a inciativa de se criar uma bienal na cidade é louvável. “Só não sei dizer como será, pois ainda não vi as exposições, não sei quem está participando”, diz. Para ela, a importância de um evento como esse se revela a partir do momento que integra os jovens artistas da cidade, justamente aqueles com mais dificuldade de inserção no circuito artístico. “Como já sou velha é mais fácil para mim para conseguir patrocínio, montar uma exposição”, diverte-se, “para o pessoal mais novo isso é mais complicado”.
I Bienal de Artes de Brasília – Exposição de artes plásticas, com obras de mais de cem artistas brasileiros e estrangeiros. De 6 de dezembro a 15 de janeiro de 2008, na Upis (712/912 Sul).
Visitação de segunda a sexta, das 8h às 18h, e aos sábados, de 8h às 12h. Entrada franca.
Informações: 3445 6767.