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Política & Poder

Vaias a Rollemberg aprofundam guerra entre os tucanos da capital

Arquivo Geral

11/12/2017 7h00

Reprodução/Internet

Eric Zambon
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As vaias a Rollemberg durante a convenção nacional do PSDB, na tarde do último sábado, acirraram a disputa interna no partido entre a ex-governadora Maria de Lourdes Abadia e o deputado federal e atual presidente da legenda no DF, Izalci Lucas. A cacique tucana garante que os protestos durante o evento foram orquestrados pelo parlamentar, que nega e diz ter sido uma manifestação espontânea.

“Foi uma falta de educação. Isso nunca tinha acontecido em nossas convenções”, recriminou Abadia, que faz parte do governo de Rollemberg desde novembro e ensaia apoiá-lo na tentativa de reeleição. Segundo ela, a atitude que atribui a Izalci baixou o nível e apequenou o partido diante dos adversários. Na avaliação de Abadia, o racha criado pelo presidente regional do PSDB impossibilita qualquer tentativa de coligação para 2018.

Ponto de Vista

  • Único representante tucano na Câmara Legislativa do DF, Robério Negreiros classificou Izalci Lucas como “uma espécie de morto vivo” no PSDB-DF. “Está isolado e apenas com os funcionários do gabinete ao seu redor”, dispara. Apesar disso, Negreiros não está tão inclinado a apoiar o Governo de Brasília como Abadia. Afirmou que, para 2018, vai seguir a orientação partidária e ressaltou não existir qualquer aliança antes de uma decisão definitiva da Executiva Nacional do Partido, o que ainda não aconteceu. Sobre as vaias a Rollemberg, ele disse não ter podido comparecer, e preferiu “não opinar sobre as vaias e cadeiradas do pessoal patrocinado pelo desprestigiado Izalci.”

“Se ele já se autoproclamou candidato pelo partido, quem é que vai querer se juntar a uma legenda nesses termos? Ninguém quer se unir a um grupo despedaçado”, esbraveja. Ela disse, porém, esperar que o companheiro de legenda realmente coloque o nome nas urnas ano que vem. “Assim, ele vai ser derrotado logo e não vai mais criar problema”, crava.Izalci retribui, com o mesmo vigor, as acusações feitas pela tucana. Segundo o deputado federal, o “PSDB da Abadia” atuava como “governo de plantão” no DF e sempre foi apenas coadjuvante no cenário político local.

“Faz uns dois anos que ela mal aparece no partido. Com isso, o Rollemberg está tentando plantar na mídia que o PSDB está com ele, mas isso aí é uma forçação”, acusa. Quando a ex-governadora assumiu a secretaria de Projetos Estratégicos do Governo de Brasília, ele já havia lançado uma nota afirmando que foi uma “decisão pessoal” dela, sem orientação partidária.

A queda de braço no DF cria muita incerteza sobre o futuro dos tucanos. Izalci tinha a simpatia de Tasso Jereissati, substituído por Geraldo Alckmin na presidência do partido. O paulista tem como vice-governador Márcio França, do PSB, mesmo partido de Rollemberg. Portanto, não é remota a chance de coligar para uma reeleição no DF, mas seria a contragosto de Izalci, que garante ser, “com 100% de certeza”, o candidato nas próximas eleições.

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