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Política & Poder

Santos Cruz condena governo Bolsonaro: ‘show de besteiras’

Apesar disso, o ex-secretário aparenta não ter mágoa com Bolsonaro, mas diz que amizade não será cultivada

Willian Matos

20/06/2019 10h56

Da redação
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Após ser demitido da Secretaria de Governo da Presidência da República, o general Carlos Alberto dos Santos Cruz falou sobre a saída do cargo, da amizade que tem com Bolsonaro, dentre outros temas. Por vezes, Santos Cruz não poupou críticas à gestão.

Em entrevista à Época, ele julga ações do governo Bolsonaro como ‘fofocagem danada’ e ‘show de besteiras’. “Tem de aproveitar essa oportunidade para tirar a fumaça da frente para o público enxergar as coisas boas, e não uma fofocagem desgraçada. Se você fizer uma análise das bobagens que se têm vivido, é um negócio impressionante. É um show de besteiras. Isso tira o foco daquilo que é importante. Tem muita besteira”, disse o ex-secretário.

“Tem muita coisa importante que acaba não aparecendo porque todo dia tem uma bobagem ou outra para distrair a população, tirando a atenção das coisas importantes. Tem de parar de criar coisas artificiais que tiram o foco. Todo mundo tem de tomar consciência de que é preciso parar com bobagem”, prosseguiu Santos Cruz.

Sobre os ataques contundentes que recebeu de Olavo de Carvalho e Carlos Bolsonaro, filho do presidente, Santos Cruz comentou, sem mencionar nomes: “Não é porque você tem liberdade e mecanismos de expressão, Twitter, Facebook, que você pode dizer o que bem entende, criando situações que atrapalham o governo ou ofendem a pessoa. Você discordar de métodos de trabalho é normal, até publicamente. Discordâncias são normais, de modo de pensar, modo de administrar, modo de fazer política, de fazer coordenação. Mas, atacar as pessoas em sua intimidade, isso acaba virando uma guerra de baixarias”, afirmou o general.

Quanto a amizade, Santos Cruz afirma que não deixará de ser parceiro de Bolsonaro, mas acredita que o relacionamento não será mais o mesmo. “Não falei mais com ele (Bolsonaro) depois disso. Não tem nem chance de cultivar essa amizade. Ele está no governo como presidente da República. Não tem nem oportunidade de que isso (a amizade) seja cultivado porque a pessoa está em outras atribuições que tomam muito a vida da pessoa. Deixa governar. Tomara que dê tudo certo. Para mim, ele continua sendo a mesma pessoa. Não estamos aqui falando de uma briga pessoal, e sim de uma substituição funcional”, afirmou.

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