O ex-governador da Paraíba Ricardo Coutinho (PSB) foi preso na noite de quinta-feira (19). Agentes da Polícia Federal esperavam o político chegar de viagem à Europa e realizaram a prisão logo depois do desembarque de Coutinho no Aeroporto Internacional de Natal.
Coutinho é investigado por supostos desvios de recursos destinados à saúde e à educação do estado. Segundo investigações, os dois setores deixaram de receber R$ 134,2 milhões por conta das fraudes.
Na última terça-feira (17), a PF havia deflagrado a sétima fase da Operação Calvário contra a organização suspeita dos desvios. Foram expedidos 54 mandados de busca e apreensão e 17 mandados de prisão preventiva. Entre os presos, estão a deputada estadual Estela Bezerra e a prefeita de Conde Márcia de Figueiredo Lucena Lira, ambas do PSB, além de Waldson Sousa, Cláudia Verás e Gilberto Carneiro da Gama, ex-secretários durante o governo de Coutinho. Só faltava o do ex-governador a ser cumprido.
As fraudes se davam através de licitações, concursos públicos, financiamento de campanhas de agentes políticos e superfaturamento de equipamentos, medicamentos e serviços.
O ex-governador nega que tenha sido o líder da organização criminosa durante seu mandato, entre 2011 e 2018. “Jamais seria possível um Estado ser governado por uma associação criminosa e ter vivenciado os investimentos e avanços nas obras e políticas sociais nunca antes registrados”, afirma Coutinho.
A defesa fez pedido de habeas corpus ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). Contudo, o órgão ainda não tomou uma decisão.
Coutinho deve passar por audiência de custódia nesta sexta-feira, já em João Pessoa-PB, para saber se responderá às acusações preso ou em liberdade.