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Política & Poder

PSL promete fazer oposição a Lorenzoni em depoimento na CCJ da Câmara

A ordem é para que os parlamentares sejam duros e até provoquem o articulador político do governo, o ministro já avisou que não poderá comparer à CCJ

Lindauro Gomes

12/06/2019 11h53

Foto: Agência Brasil

Deputados do PSL decidiram dar o “troco” no ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e não vão blindá-lo na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. Embora Onyx tenha informado que não poderá comparecer nesta quarta-feira, 12, à audiência na CCJ, sua convocação está mantida e, se depender do PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, ele será tratado como oposição.

“Nós não vamos afrouxar com Onyx de jeito nenhum. Não vamos cercear o direito de ninguém perguntar o que quiser para o ministro”, disse o líder do PSL, Delegado Waldir (GO). “Nossos parlamentares estão livres para questioná-lo sobre qualquer assunto.”

O PSL tem se queixado de Onyx há algum tempo, mas o auge da irritação ocorreu na sexta-feira, quando o ministro demitiu o ex-deputado Carlos Manato, que é filiado ao PSL e, desde janeiro, ocupava a chefia da Secretaria Especial para a Câmara. Além de dispensar o auxiliar por telefone, o titular da Casa Civil nomeou o ex-deputado Abelardo Lupion, do DEM, para a cadeira de Manato. Onyx também anunciou o desligamento do ex-deputado Victório Galli Filho (PSL), que trabalhava na secretaria comandada por Manato. Foi o que bastou para azedar as relações entre os dois partidos.

“Nossos companheiros levaram um chute por defender o governo e foram abandonados em uma decisão unilateral do ministro, que não consultou ninguém, nem mesmo o presidente. Agora, ele precisa arcar com as consequências”, afirmou Delegado Waldir. “Onyx não falou que estaria disponível para as perguntas? Então, que aguente o bombardeio”, emendou o deputado Coronel Tadeu (PSL-SP), também da CCJ.

O ministro foi convocado por deputados, no fim de maio, para explicar o decreto de Bolsonaro que mudou as regras sobre o uso de armas e munições. Na segunda-feira, porém, em ofício enviado ao presidente da CCJ, Felipe Francischini (PSL-PR), ele alegou ter compromisso agendado com Bolsonaro para o dia do depoimento. Pediu para transformar sua convocação em “convite” e para comparecer à CCJ em outra data.

Obstrução

Com uma sessão esvaziada por obstrução de partidos da oposição, e sem resistência de aliados do governo, a CCJ nem sequer analisou o pedido de Onyx. Contrariado, o ministro chegou a telefonar para Francischini, solicitando que ele cancelasse sua convocação, mas não obteve sucesso.

O depoimento de Onyx está marcado para as 14 horas desta quarta-feira, mas ele ainda espera que seu pedido seja avaliado pela manhã, o que é pouco provável. Se faltar à audiência na CCJ, o chefe da Casa Civil incorrerá em crime de responsabilidade.

A posição de hostilidade do PSL em relação ao depoimento de Onyx difere da que foi tomada pela bancada da sigla em 15 de maio. À época, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, foi obrigado a comparecer ao plenário da Câmara para falar sobre os cortes no orçamento das universidades e teve apoio do partido de Bolsonaro

Apesar de não querer comentar os ataques públicos do PSL, Onyx disse, em conversas reservadas, estranhar a reação da legenda contra ele. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

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