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Política & Poder

Futuro de Sandra Faraj está nas mãos de quatro deputados

Arquivo Geral

20/03/2017 7h40

Sergio Kremer

Millena lopes
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É hoje! Às 10h, os deputados distritais que compõem a Mesa Diretora – Joe Valle (PDT), Wellington Luiz (PMDB), Robério Negreiros (PSDB) e Raimundo Ribeiro (PPS) – se reúnem para decidir pela admissibilidade da ação protocolada pela ONG Adote um Distrital contra a deputada Sandra Faraj (SD). Ela é acusada de embolsar recursos da verba indenizatória. Os deputados que fazem parte da Mesa não comentam sobre como votarão, mas, nos bastidores, alguns parlamentares já dão como certo o arquivamento do processo.

A ideia do presidente da Casa era de que um dos deputados fosse escolhido para relatar a ação para os demais membros da Mesa hoje. Mas o parlamentar escolhido para o encargo – Wellington Luiz – recuou do convite, alegando que a figura do relator não está prevista nas normas internas da Casa e que isso poderia colocar em xeque o processo.

Para Wellington, a mudança do rito poderia ensejar até questionamentos futuros. “O que a Mesa Diretora tem que decidir é apenas pela admissibilidade ou não da ação. Quem vai fazer o relatório é a corregedoria”, justifica o peemedebista.

Com isso, a ação tramitará como de costume: cada deputado tem direito a um voto e caso a maioria decida pela admissibilidade da ação, o processo vai, então, para a Corregedoria, que ouvirá a deputada, para então dar parecer e encaminhar o processo à Comissão de Ética.

Sandra Faraj faz parte da Mesa Diretora, mas, por razões óbvias, não participa da votação. Apenas os quatro decidirão o futuro dela, que está grávida, na Casa. Se, por acaso, o placar ficar em dois a dois, quem desempata é o presidente Joe Valle.

Arquivamento

O arquivamento da ação já é esperado. Deputados apostam que haja uma operação de blindagem vinda das bandas do Palácio do Buriti, que teria um acordo com a deputada evangélica. O governador nega. Diz que não interferiria em assunto interno da Casa. Parlamentares da base também garantem que não há interesse por parte do Executivo na manutenção do mandato de Sandra.

Reforça a teoria de blindagem o fato de que o governador se antecipou em dar um prêmio de consolação ao suplente dela na Câmara: nomeou Roosevelt Vilela (PSB), que estava ansioso pelo julgamento da representação para administrador da Candangolândia, reduto eleitoral dele. Ele ainda acumula os comandos do Park Way e do Núcleo Bandeirante, conforme publicação do Diário Oficial do DF da segunda-feira passada, dia em que a Mesa decidiria o caso. No entanto, a análise foi adiada para hoje.

A denúncia

Sandra é acusada de não pagar os serviços prestados por uma empresa ao gabinete dela, na ordem de R$ 150 mil. A empresa Netpub Agência de Comunicação e Tecnologia alega que quitou as notas, por orientação da equipe da parlamentar, mas que não recebeu os valores. A defesa da deputada alega que as notas, que já foram reembolsadas pela Casa com recursos da verba indenizatória, foram pagas com dinheiro. E que, por este motivo, não havia comprovação do repasse, a não ser as próprias notas.

O fato ensejou até mudanças nas regras do pagamento das indenizações na Câmara. “Vamos dar uma rastreabilidade completa, com o pagamento em conta individualizada”, disse Joe Valle, na semana passada.
Do valor de R$ 174 mil das notas apresentadas pela empresa, os responsáveis dizem que receberam apenas R$ 31,8 mil. A deputada, no entanto, recebeu o valor total constante das notas apresentadas pela Netpub, que questiona até o carimbo de quitação e a assinatura constantes em uma delas.

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