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Política & Poder

Em áudio, Queiroz aparece negociando cargo no Congresso: “20 continho caía bem”

Ex-assessor de Flávio Bolsonaro aparece dando dicas de como proceder para indicar pessoas para gabinetes de deputados

Willian Matos

24/10/2019 10h50

Fabrício Queiroz, ex-funcionário do gabinete de Flávio Bolsonaro no RJ. Foto: Reprodução

Da redação
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O ex-assessor de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Fabrício Queiroz, aparece em áudio divulgado nesta quinta-feira (24) negoiando cargos no Congresso Nacional. A gravação foi obtida pelo jornal O Globo.

No áudio, registrado em junho deste ano, Queiroz aparece falando como proceder para indicar pessoas para gabinetes de deputados.

“Tem mais de 500 cargos, cara, lá na Câmara e no Senado. Pode indicar para qualquer comissão ou, alguma coisa, sem vincular a eles [família Bolsonaro] em nada. Vinte continho aí para gente caía bem pra c*. Entendeu?.”

Ouça na íntegra:

Procurado pelo O Globo, Queiroz admitiu que ainda tem influência política, por ter “contribuído de forma significativa na campanha de diversos políticos no estado do Rio de Janeiro”. Flávio Bolsonaro negou ter aceitado indicações do ex-assessor. Disse, também, que não tem mais contato com Queiroz desde o ano passado.

Valor incompatível

O Ministério Público quer saber por que Queiroz, de janeiro de 2016 a janeiro de 2017, movimentou em uma conta mais de R$ 1,2 milhão, quantia considerada incompatível com a renda do assessor Ele trabalhava para Flávio, oficialmente, como motorista.

Em maio, a Justiça do Rio autorizou a quebra de sigilo bancário e fiscal do senador e de Queiroz, atendendo um pedido do Ministério Público Estadual do Rio, junto com familiares de ambos e dezenas de outras pessoas que trabalharam com o então deputado estadual.

Um mês depois, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli suspendeu, a pedido da defesa de Flávio, todos os processos judiciais que tramitam no País onde houve compartilhamento de dados da Receita Federal, do Conselho de Controle de Atividades Financeiras e do Banco Central com o Ministério Público sem uma prévia autorização judicial.

Com a determinação do ministro, todos os casos que tratam sobre a controvérsia ficam suspensos até que o STF decida sobre a questão, incluindo o processo contra Flávio.

Em 30 de setembro, Gilmar Mendes decidiu suspender processos envolvendo a quebra do sigilo de Flávio no caso. A decisão de Gilmar atende ao pedido da defesa do filho do presidente, que alegava que processos que miram Flávio não foram devidamente suspensos, desrespeitando, portanto, a decisão de Toffoli.

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