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Política & Poder

Deltan queria provas contra Gilmar Mendes na Suíça

De acordo com o El País, os procuradores tentavam relacionar Paulo Preto a Gilmar Mendes, que tinha dado dois habeas corpus em favor do operador

Aline Rocha

06/08/2019 16h18

O coordenador da força-tarefa Lava Lato, o procurador da República Deltan Dallagnol, apresenta propostas do Ministério Público Federal para o Combate à Corrupção (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Da Redação
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Novas conversas obtidas pelo The Intercept Brasil e publicadas pelo El País nesta terça-feira (6) indicam que procuradores da Lava Jato em Curitiba atuaram para coletar informações e dados sobre o ministro do Superior Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, em busca de suspeição ou impeachment do magistrado.

A princípio, os procuradores pretendiam acionar investigadores suíços para coletar as informações. “Gente, essa história do Gilmar hoje! (…) Justo hoje! (…) Que Paulo Preto foi preso”, teria dito Dallagnol em chat no Telegram com colegas do Ministério Público. Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, foi apontado como operador do PSDB e preso em um desdobramento da Operação Lava Jato.

De acordo com o El País, os procuradores tentavam relacionar Paulo Preto a Gilmar Mendes, que tinha dado dois habeas corpus em favor do operador. Além disso, Dallagnol perguntou sobre a veracidade da informação de que uma parcela do dinheiro de Paulo Preto estava no exterior.

“Vai que tem um para o Gilmar…hehehe”, teria mencionado o procurador Roberson Pozzobon, em referência aos cartões de Paulo Preto que eram investigados. “Você estará investigando ministro do Supremo, Robinho… não pode”, teria respondido Athayde Ribeiro. “Mas vai que”, completou Pozzobon.

“Vale ver ligações de PP [Paulo Preto] para telefones do STF”, teria ressaltado o coordenador da força-tarefa a colegas. “Mas cuidado porque o STF é corporativista”, teria explicado o procurador Paulo Galvão.

O elo entre Gilmar Mendes e Paulo Preto seria, possivelmente, o ex-senador Aloysio Nunes, já que Paulo Preto era subordinado de Nunes quando era ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência no Governo de Fernando Henrique Cardoso. Mendes esteve à frente da Advocacia-Geral da União no governo FHC.

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