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Política & Poder

CPI das Fake News quer investigar conteúdo das contas ligadas ao gabinete do ódio

Ao todo, as contas irregulares mobilizavam uma audiência de cerca de 2 milhões de pessoas

Redação Jornal de Brasília

09/07/2020 9h36

Após 88 contas, páginas e grupos controlados pelo chamado gabinete do ódio, o presidente da CPI das Fake News, senador Angelo Coronel, afirmou que quer investigar o conteúdo das mensagens que os perfis propagavam.

“Não vamos fazer um pré-julgamento. As contas foram retiradas do ar por serem consideradas inautênticas. Agora, é importante ter acesso ao conteúdo, para investigar se elas disseminaram mensagens difamatórias”, declarou Coronel, ao jornal Extra.

As contas eram controladas especificamente por funcionários da Presidência da República e dos gabinetes do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e dos deputados estaduais Alana Passos e Anderson Moraes, ambos do PSL do Rio de Janeiro.

Houve remoção nas redes sociais Facebook e Instagram. No primeiro, o gabinete do ódio tinha 14 páginas, 35 contas pessoais e um grupo. No segundo, foram identificadas 38 contas irregulares. Ao todo, o grupo mobilizava uma audiência de mais de dois milhões de pessoas.

Assessor especial

Um dos funcionários envolvidos na trama é Tércio Arnaud, assessor especial da Presidência e responsável pela página “Bolsonaro Opressor 2.0”, que era seguida por mais de um milhão de pessoas no Facebook. Já no Instagram, o assessor de Bolsonaro administrava a conta “Bolsonaronewsss”, com 492 mil seguidores. A página era anônima, mas as informações de registro encontradas no código fonte confirmaram que era operada por Arnaud, que já foi funcionário do gabinete de Carlos Bolsonaro.

Outro lado

O vereador Carlos Bolsonaro e o senador Flávio Bolsonaro, ambos filiados ao Republicanos no Rio de Janeiro, criticaram ontem a decisão do Facebook. Em nota, Flávio afirmou que, pelo relatório da rede social, é “impossível avaliar que tipo de perfil foi banido” e se “a plataforma ultrapassou ou não os limites da censura”. O texto ainda diz que “julgamentos que não permitem o contraditório e a ampla defesa não condizem com a nossa democracia”.

Já Carlos utilizou as próprias redes sociais para se manifestar sobre o ocorrido. No Twitter, ele escreveu: “Que tipo de mentiras seriam ditas para derrubar o PT nas eleições de 2018? Bastava apenas dizer a verdade vinda de um povo cansado de ser violentado em todos os sentido!”.

A deputada estadual Alana Passos (PSL-RJ) disse, em nota, que nunca foi notificada pelo Facebook sobre qualquer irregularidade: “Quanto a perfis de pessoas que trabalharam no meu gabinete, não posso responder pelo conteúdo publicado”, afirmou. Com informações do jornal Extra

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