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Saúde

Seu filho não dome bem: o problema pode estar ligado à saúde bucal

Os dados da pesquisa apontaram que 62% das crianças apresentavam, pelo menos, um sinal indicativo de dor e de desconforto dentário e 42% tinham, pelo menos, um dente cariado e que a média de dentes afetados pela cárie chegava a quase dois

Redação Jornal de Brasília

06/11/2023 10h42

Foto: Agência Brasília

Pesquisa aponta que 72% das crianças com dor de dente também sofrem com distúrbios do sono

Só quem sofre na pele sabe o que é ter um noite mal dormida, quando se trata de criança esse problema fica pior ainda. Pesquisadores apontam que 72% das crianças que apresentam dor dentária também sofrem com algum distúrbio do sono. O dado foi obtido após uma pesquisa da Universidade Federal do Paraná, publicada no periódico European Archives of Paediatric Dentistry, da Springer Nature. O estudo avaliou a prevalência de distúrbios do sono em crianças brasileiras entre quatro e cinco anos de idade a partir do relato dos pais sobre desconforto e dor dentária.

Os dados da pesquisa apontaram que 62% das crianças apresentavam, pelo menos, um sinal indicativo de dor e de desconforto dentário e 42% tinham, pelo menos, um dente cariado e que a média de dentes afetados pela cárie chegava a quase dois. Dessas crianças, 72% apresentavam ainda algum distúrbio do sono. Outra curiosidade é que dentre as que dormiam de boca aberta, 76% possuíam algum distúrbio do sono.

Segundo a dentista Alana Sanders, especialista em odontologia do sono e professora da faculdade Aria, o recomendado é que os pais encaminhem as crianças o quanto antes a um profissional para evitar que o problema se agrave e gere mais efeitos colaterais ainda. A profissional explica que o dentista que atua na odontologia do sono trabalha em conjunto com médicos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, psicólogos e outros. O tratamento precisa ser indicado pelo médico, que deve analisar caso a caso com a equipe.

Distúrbios do sono também estão relacionados à saúde bucal em adultos. Segundo dados da Pesquisa Nacional de Saúde Bucal de 2023, realizada pelo Ministério da Saúde. O resultado indica que, entre os adultos de 35 a 44 anos, 48% precisam realizar ao menos um procedimento odontológico eletivo. Nos idosos entre 65 a 74 anos, 45% necessitam de algum tipo de tratamento imediato, seja por causa de dor ou devido a alguma infecção de origem bucal. Essa é uma parcela da população que pode ter mais propensão a ter distúrbios do sono também. A especialista em odontologia do sono da faculdade Aria lembra que “os problemas mais comuns são apneia obstrutiva do sono, que é quando o corpo para de respirar por alguns segundos devido a um fechamento das vias aéreas, e o ronco, que basicamente é o ruído produzido pela diminuição desse espaço”.

As formas de tratamento, após o diagnóstico adequado, podem ser simples e garantir qualidade de vida para o paciente. “Os tratamentos mais conhecidos são o CPAP, um aparelho que empurra o ar para impedir a obstrução das vias aéreas, mas que requer uma adaptação do paciente, até porque fica ligado à tomada. A outra forma é o aparelho intraoral produzido pelo dentista. São duas placas encaixadas nos dentes, de mais fácil adaptação, que, de forma personalizada, traz a mandíbula para frente somente enquanto a pessoa está dormindo, abrindo as vias aéreas e abrindo a passagem de ar, o que impede tanto o ronco quanto a apneia do sono”, explica a Sanders.

A apneia do sono pode apresentar sintomas como ronco, acordar várias vezes durante a noite, ter paradas da respiração ou sufocamento durante o sono, excesso de sono e cansaço durante o dia. A recomendação da profissional é que, nessa situação, a pessoa procure um médico para investigar as causas e indicar o melhor tratamento. Posteriormente, e quando a abordagem requer a intervenção do cirurgião-dentista, a este são encaminhados os pacientes por estes médicos.

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