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Saúde

Ministério Público investiga fraude no SUS de Maranhão

Segundo o Ministério Público, já foi feita uma trava no sistema para evitar que isso siga acontecendo enquanto ocorre a investigação

Camila Bairros

24/04/2023 7h55

Foto: Agência Brasil

Por meio de denúncia feita pelo Fantástico na noite de ontem (23), o Ministério Público investiga um esquema de corrupção e desvio de dinheiro da saúde em quase 50 cidades do Maranhão. Segundo a reportagem, 93,3% de toda a verba do Brasil para tratamento pós-covid foi destinada ao estado.

O repasse é feito após cada município listar os pacientes que passaram pela reabilitação, e então, o Ministério da Saúde libera o recurso no mês seguinte.

Porém, o que acontecia era um desvio de verba. Um dos pacientes que apareceram na lista morreu antes da data do procedimento, e não foi por covid-19. Procurada, a esposa deçe descobriu que também estava na lista de pacientes, com seis atendimentos, mas nunca realizou nenhum deles.

O recordista da lista passou por 500 atendimentos. Willian Simões Garreto, porém, nega que tenha passado por qualquer procedimento.

Uma pequena cidade de 17 mil habitantes a cerca de 4h de São Luís, capital do Maranhão, teve mais dinheiro destinado para tratamento de pacientes do que todo o estado do Rio de Janeiro. Mata Roma tem apenas dois fisioterapeutas no serviço público e, de acordo com a lista de pacientes, cada um deles teria atendido 260 pacientes por dia.

O município teve 652 casos registrados de covid até 2022, mas acumula mais de 34 mil tratamentos de sequelas da doença.

Chapadinha, a 250 quilômetros da capital maranhense, também está sendo investigada. A cidade de 80 mil habitantes registrou quase 208 tratamentos, e bateu o recorde de recebimento de recursos do governo, totalizando R$ 3.983.585,40, valor que supera todos os estados do Sudeste juntos.

A cidade de Belágua teve 6x mais atendimentos pós-covid do que tem de população, sendo que, oficialmente, apenas 446 pessoas tiveram diagnóstico positivo para a doença. A prefeitura recebeu mais de R$ 1 milhão para tratamento.

A investigação está em andamento, e inclui, além da proteção do patrimônio público, a responsabilização criminal de quem inseriu falsos dados no sistema, causando o desvio de recursos. Segundo o Ministério Público, já foi feita uma trava no sistema para evitar que isso siga acontecendo enquanto ocorre a investigação.

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